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Carlos Heitor Cony
cony@uol.com.br
  20 de fevereiro de 2001
  DE NOMES E HOSPITAIS
  
  
 

Leitora de distantes terras, acho que do Ceará ou mais longe ainda, manda-me um e-mail reclamando de algumas coisas e elogiando outras. Diz ela que é fã do Paralamas do Sucesso, ganha todos os anos CDs com músicas do grupo e está preocupada com a recuperação do Herbert Vianna, de quem é admiradora e devota.

Ela estranha o nome do hospital onde o rapaz está internado. Diz ela que Copa d'Or é nome de hotel, e não de hospital, que antigamente os jornais chamavam de "nosocômio".

Em São Paulo existe um hotel como nome parecido, Cà d'Oro, tirado de um belo palácio veneziano. Pelo que deduzo, a leitora acha que o nome dos hospitais devem combinar com a sua finalidade.

Nomes pios, como Samaritano, Evangélico, Bom Pastor. Ou de santos eficazes nas horas do desespero, como São Vicente dos Desamparados, São José da Boa Morte, Nossa Senhora dos Aflitos.

Não parece, mas hospital devia ter nome condizente com ofício específico, invocando a esperança ou aceitando a resignação diante do fim de cada um de nós.

Como os motéis de beira de estrada, que prometem maravilhas no nome (Orgasm, Êxtase, Paradiso, Honeymoon, Love Inn, etc.), os hospitais que se prezam deviam ter nomes adequados, como Marca do Pênalti, Tá Chegando a Hora, A Um Passo da Eternidade, Adeus às Ilusões, coisas assim.

Dou razão à leitora, mas sem exageros. Sempre embirrei com nomes técnicos dados a hospitais, como Instituto do Coração, Academia do Pâncreas, Sodalício dos Rins, Beneficência dos Pulmões.

Aqui no Rio, e creio que em outras paragens, existem as casas misericordiosas, que também costumam ser santas, como a Santa Casa de Misericódia. São instituições antigas, que se expandiram e se tornaram abrangentes. Já visitei um amigo que operou sua fimose numa Casa da Mãe Solteira.

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