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Saudosismo à parte, lembro os tempos em que a revista "Manchete" publicava as previsões de Allan Richard Way, um vidente que morava em Londres, numa casa estilo Tudor.
Ele acertava todas. Sofrendo de catarata em estágio final, era o único vidente cego da história humana. Quem o entrevistava com exclusividade era um repórter freelancer, Robert MacPherson, meu amigo de longa data, um sujeito desiludido da vida, cético, sempre se separando das mulheres que amava, fui acusado de ter inventado tanto o vidente como o jornalista - mais uma das calúnias que forjaram contra mim.
Allan Richard Way previu os maiores eventos de nossa história recente, como a guerra do Yom Kippur, a renúncia de Nixon, as mortes trágicas de John Lennon e da Princesa Grace, a overdose que matou Elis Regina, o atentado contra o papa, a vitória da França na última Copa do Mundo, e até mesmo, o imbroglio eleitoral dos Estados Unidos com o advento de um novo Bush.
Outro dia, recebi uma carta de MacPherson, informando-me que o vidente tem boas e más notícias para revelar neste início de ano, de século e de milênio.
Pedi que me mandasse as más, para ver se posso evitá-las. Estou aguardando resposta. Por ora, só fiquei sabendo que Allan Richard Way, com seu insepáravel siderômetro (instrumento com que mede planetas e órbitas) está preocupado com o filho do Mick Jaegger. Afinal, entramos na era em que nascerá o Anticristo.
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