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Magaly Prado
mprado@folhasp.com.br
   
 
 

Magaly e Amigos,

Fico contente em ver que a conversa aqui tem crescido muito.

Queria falar um pouco sobre o que o Marcelo de Valécio colocou na última coluna. Concordo de forma completa com ele. O que ouvimos no dial é reflexo absoluto do que a população quer. Ou vice-versa, que na verdade é a mesma coisa. As rádios só entopem nossos ouvidos com lixo, porque queremos lixo (ou os ouvintes querem). Quando você olha a lista de audiência e vê Cidade, Transcontinental, Nativa, Band Tupi e semelhantes, isso é o que as pessoas querem ouvir. Infelizmente é o reflexo negativo da melhor condição econômica do País, que deu às camadas mais pobres da população acesso ao mercado fonográfico. Posteriormente, com a recesão dos últimos anos o mercado de cd's retraiu, mas as rádios ainda são o veículo de acesso dessa população à "cultura". Não é um fenômeno brasileiro. Nos EUA é a mesma coisa. Desde o início do crescimento econômico americano da década de 90 o que mais cresceu em termos de música foi o Rap, as "Boy Bands" e artistas como Britney Spears. Nada disso é lá de grande qualidade musical. As rádios de lá estão infestadas desse tipo de música, que são muito semelhantes aos nossos axés, pagodes e sertanejos da vida. Infelizmente, é assim que funciona. É como a estória do biscoito: vende por que o povo gosta ou o povo gosta por que vende? Nunca se saberá.

É claro que isto não pode levar a uma massaficação das programações de rádio nem a piora das mesmas. As rádios diecionadas ao pop/rock, por exemplo, não podem procurar pelos sucessos fáceis (vide Tijuana, O Surto, Rumbora e outros) que são uma fórmula "infalível" de sucesso do mundo pop/rock. O grande problema é que, como as pessoas só tem acesso a este tipo de música, a sensação que fica é que isto é a única forma de manifestação musical que existe no Brasil na cena pop/rock. Nesta caso, as rádios são responsáveis por isso, quer seja porque as gravadoras "sugerem", quer seja porque os "artistas" são "camaradas". Ainda bem que para as pessoas que querem fugir do óbvio irritante têm a Internet e suas rádios on line. Eu até gostaria de sugerir uma voltada para o Hard Rock/Metal muito boa, a KNAC.com (é uma ex-rádio de Los Angeles que teve sua programação alterada música mexicana e que voltou on line. É excepcional).

Por fim, acho a idéia do Marcelo legal, mas inviável. Não dá pra ficar aqui falando sobre jabá sem provas. Eu, por experiência própria, sei de alguns casos, mas infelizmente prefiro não falar para não ser questionado posteriormente sem ter como provar isto.

É isso aí!

Abraço a todos!

Cesar Grafietti
São Paulo, SP








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