Aceitar diferenças é bom para todo mundo, ensina 'Um Urubu Vegano'

Livro conta a história de um animal que vai contra seu destino

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São Paulo

Urubu é aquela ave de asas grandes e pretas que fica rondando no céu em busca de comida no chão. Geralmente, para ele, uma carniça (corpo de um animal que já morreu) significa banquete.

Pode não parecer, mas esta é uma função muito importante. Sem os serviços prestados pelo urubu, a natureza demoraria mais tempo para fazer esse tipo de “limpeza”.

Mas conta a história que, um dia, um urubuzinho resolveu ir contra o destino.

Capa do livro "Um Urubu Vegano"
"Um Urubu Vegano", de Marcela Maciel Nogueira e Mari Flecha - Divulgação

Ele era diferente de outros da sua espécie, tinha garras longas e bico mais fino. E, um dia, quando comeu um mamão, decidiu que não valia mais a pena comer carne.

Isso tudo durante a pandemia do novo coronavírus, quando se passa a fábula de “Um Urubu Vegano”, escrito por Marcela Maciel Nogueira e ilustrado por Mari Flecha.

É nesta situação que a vovó percebe que tem alguém roubando suas frutas. Quando ela vai investigar, descobre que o ladrão é o tal urubuzinho.

Aí é que ela ficou encafifada: por que um urubu está surrupiando frutas em vez de procurar carniça? Sagaz, vovó consegue interrogar o bicho.

O urubu, ao explicar suas preferências alimentares, tem um estalo: “Então eu não sou estranho, sou vegano!”

Vegano é quem não come ou usa nada que venha dos animais, ou seja, se alimenta apenas de frutas, verduras, grãos... Também não come mel ou ovos, nem veste roupas de lã ou couro, por exemplo.

Mas frutas e verduras normalmente não são comida de urubu. E o problema é que a simples existência de um urubu “desajustado” incomodava —e não estamos falando da vovó sem frutas.

Seus colegas urubus, por exemplo, achavam que ele não fazia mais parte do grupo, já que não tinha a mesma dieta.

A vovó investiga e descobre que quem estava roubando suas frutas era o urubuzinho - Divulgação

E os herbívoros, que só comem plantas? Estavam chateados, afinal, era mais um para brigar pelos melhores alimentos. Até alface e castanhas o tal urubuzinho comia!

Imagina só ser acusado de bagunçar o ecossistema, que é o conjunto formado pelos seres vivos e pelas relações que eles têm entre si e com o espaço onde vivem. Teria um único indivíduo tamanha capacidade de destruição?

É algo grave de se dizer, e, claro, capaz de deixar qualquer um entristecido. Mas não precisa ser assim.

Ainda bem que o urubuzinho entende que está tudo bem ser diferente. “Mesmo quando somos parecidos em algumas coisas, cada um de nós é único”, diz a sábia vovó.

E todos aprendemos que compreender e aceitar quem é diferente não faz bem só aos outros, mas também a nós mesmos.


UM URUBU VEGANO

Preço R$ 35,90 (32 páginas)

Autor Marcela Maciel Nogueira e Mari Flecha

Editora Crivinho

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