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Walt Disney entendeu que animação era mais que fazer comédia para crianças

Animador brasileiro Arthur Guttilla fala sobre os 120 anos do pai do Mickey

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São Paulo

Neste domingo (5), Walt Disney completaria 120 anos se estivesse vivo. Você já parou para pensar no quanto um trabalho tem de ser bom para continuar fazendo sucesso mesmo tanto tempo depois de criado? Pegue, por exemplo, o personagem mais famoso de Disney, Mickey Mouse: como é que pode um ratinho nascido há mais de 90 anos ser uma das figuras mais conhecidas das crianças do mundo todo?

O desenhista Walt Disney posa para foto com um boneco do Mickey Mouse - Divulgação

"O Walt Disney, quando abriu seu estúdio quase cem anos atrás, entendeu que animação poderia ser mais do que pequenos filmes de comédia para crianças, criando uma indústria de filmes para a família toda", resume o animador brasileiro Arthur Guttilla, que fez faculdade de cinema e é mestre em artes digitais pela SVA (School of Visual Arts).

Mesmo com muitas profissões em seus 65 anos de vida —ele foi produtor, roteirista, dublador, entre outras ocupações—, Walt Disney ganhou mesmo notoriedade por ser genial ao colocar imagens estáticas em movimento.

Muito antes de criar seu primeiro longa-metragem (ou seja, um filme com duração igual ou acima de uma hora), Disney já produzia animações curtinhas. Os primeiros trabalhos foram ao lado de seu irmão, Roy, e do amigo Ub Iwerks.

Juntos, eles criaram uma produtora chamada Laugh-O-Gram, onde o principal produto eram os contos de fada animados que seriam exibidos nos cinemas antes de os filmes principais começarem.

"Quando 'Branca de Neve' saiu nos cinemas em 1938, ninguém achava que um filme de animação de mais de uma hora seria possível de ver ou ser bem-sucedido", conta Arthur, que lembra ter se apaixonado por animação por causa de Walt Disney.

"Disney promoveu avanços tecnológicos no ramo da animação para aumentar a qualidade dos filmes, e investiu em educação para que tivesse os melhores animadores do mundo trabalhando para ele", continua.

Arthur explica que, no começo do estúdio de Disney, havia lá nove grandes animadores. "Eles ganharam o apelido de ‘9 old men’ (ou seja, os nove velhos), e criaram os 12 fundamentos básicos da animação tradicional. Hoje em dia, se você quer ser um animador, é fundamental estudar estas regras básicas que foram criadas no estúdio do Disney."

Hoje em dia, ensina Arthur, existem muitas técnicas diferentes para animar, sendo que boa parte do processo pode ser feito no computador. "Fora que, para animar, não necessariamente você precisa ser um bom desenhista", diz. "Mas, se você quiser fazer animação 3D, irá usar os mesmos fundamentos de animação que os animadores da Disney criaram na década de 1930."

Walt Disney nasceu em Chicago, nos Estados Unidos. Os livros contam que ele teve uma infância triste porque seu pai era violento. Na juventude, tentou se alistar no exército, durante a Primeira Guerra Mundial, mas foi rejeitado, e acabou na França como motorista de ambulâncias da Cruz Vermelha, um movimento que cuida da saúde de pessoas pelo mundo.

Fez sua carreira nos Estados Unidos, criou centenas de personagens, e conseguiu ver a criação do parque Disneylândia, na Califórnia —quando a Disney World de Orlando, na Flórida, foi inaugurada, Disney já tinha morrido.

Ele teve duas filhas e foi casado por muitos anos com Lilian Bounds Disney (foi ela, aliás, quem teve a sorte de batizar o ratinho Mickey Mouse, quando seu marido o criou).

"Eu adoro até hoje todos os desenhos dele, mas, quando criança, eu assistia tanto que algumas das minhas fitas VHS quebravam. É uma mistura perfeita de cenas engraçadas e dramáticas. Acho que toda criança vai assistir e entender o que está acontecendo, mesmo se for em uma língua diferente", acredita Arthur, cujo filme de Disney preferido é "Aladdin".

Os personagens da animação 'Aladdin', lançada pela Disney em 1992 - Reprodução

"Meu personagem favorito era o Gênio da Lâmpada. O filme em si tem um ritmo perfeito, ele introduz os personagens de forma eficiente e divertida. A trama é emocionante do começo ao fim e o Gênio é um dos personagens mais expressivos já desenhados".

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