Descrição de chapéu Todo mundo lê junto

Se um animal recebe amor, dará amor em troca, diz veterinária sobre relação de pets com crianças

Famílias contam como filhos brincam com seus bichinhos e do afeto entre eles

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Ângelo, Flora Cecchi de Queiroz Buscarino e Tutu Karime Xavier/Folhapress

São Paulo

Não se deixe enganar por estes focinhos fofos das fotografias: Ângelo e Tutu podem até parecer boa gente, mas na verdade eles são dois ladrões de carninha. "E de açaí!", dedura Flora, 2 anos e 7 meses.

Ela é tutora dos cachorros, junto com sua mãe e seu pai. A família mora em uma casa na Vila Romana, em São Paulo —tiveram que se mudar para lá justamente por causa da dupla canina, que fazia muita bagunça no antigo apartamento.

Flora e seus amigos cães - Karime Xavier/Folhapress

Ângelo é um vira-latas caramelo de 28 kg, enquanto Tutu, um spitz alemão, pesa 3 kg. Flora conta que a comida favorita deles é ração, mas que, realmente, quando alguém dá sopa, eles assaltam o prato dos humanos.

Ambos foram adotados por Paola Cecchi e o marido Renan Buscarino. Quando Flora nasceu, bem no começo da pandemia, o casal achou melhor deixá-los em outro lugar, com medo de os passeios na rua trazerem coronavírus para dentro de casa —lembra como era tudo muito incerto naquela época?

Mas, um mês depois, Paola ouviu do pediatra que Tutu e Ângelo não só poderiam, como deveriam voltar para casa.

"Ele disse que era muito importante para a criança ter relação com animais. Explicou que evitava doenças respiratórias, ajudava na socialização, no desenvolvimento. Então, os trouxemos de volta para casa", lembra a mãe da Flora.

Quando perceberam que tinha neném em casa, os cachorros suavizaram seus modos, conta Paola. Ângelo, por exemplo, que sempre pulou de um jeito, digamos, sem noção nas pessoas, passou a medir sua força. "E olha que a Flora já até mordeu a cabeça dele!", diz Paola.

Hoje, os três são grandes amigos. "A Flora não pode ouvir o pai dela mexer no saco de ração que vem de onde estiver para ajudar. E ela ama ser a fiscal de quem comeu e de quem não comeu. É bem engraçado."

Tutu e Ângelo ganhando biscoitos de Flora - Karime Xavier/Folhapress

Quando Flora chega da escola, os cães estão lá no portão esperando. "O Ângelo já dá uma lambidona na cara dela. Ela adora 'lambeijos', fica feliz, corre no quintal. É como uma relação de irmãos."

A veterinária Paula Castro explica que os animais conseguem mesmo sentir o amor que os humanos dão para eles.

"Eles demonstram isso quando são felizes perto de nós, brincam e pedem carinho. Se um animalzinho é tratado com amor, ele sempre dará amor em troca. A gente sabe que eles nos amam quando buscam sempre ficar pertinho", diz.

Paula conta que ter um pet em casa pode ser muito bom para as crianças que convivem com ele, que podem —como faz Flora— ajudar os adultos nos cuidados como colocar água limpa e fresca, dar comida e fazer companhia aos adultos nos passeios.

"Tarefas mais difíceis, como dar um remédio, cortar unhas e manejar fezes e urina, por exemplo, é melhor deixar para as crianças mais velhas", recomenda a veterinária.

Outras sugestão é sobre a escolha da espécie para se ter em casa. "Com relação a cães e gatos, existem raças que aceitam melhor o contato com crianças, e outras que não. Por isso, é necessário pesquisar."

"Com relação aos pets não convencionais, como cobras, aves e roedores, avaliar a agressividade também é importante, além de se certificar sempre de que há autorização do Ibama para se adquirir e manter em casa um desses animaizinhos."

Por falar em adquirir, Paula acha que, sempre que possível, se deve dar preferência a adotar animais, em vez de comprá-los. "Existem milhares de animais em ONGs só esperando por uma família que vá amá-los e a quem eles também vão amar. Muitos passam a vida toda e nunca encontram um dono, e isso é muito triste."

Outra recomendação da veterinária é de que não se dê animais de presente em datas comemorativas. "Eles são seres vivos que necessitam de muitos cuidados, respeito, carinho e dedicação. Ter um animal deve ser uma decisão muito bem pensada", ensina.

Ela própria tem em casa duas gatinhas, que são boas amigas de seu filho Miguel, de 11 meses: a Alice, de 7 anos, toda branquinha, e a Lilith, 5 anos, toda pretinha.

"A Alice tem ficado mais próxima do Miguel, ela se incomoda menos com ele falando e engatinhando pela casa. A Lilith ainda se assusta um pouco e, quando ele está comendo, pede um pouco da comida dele", conta Erik Malagrino, marido de Paula e pai do Miguel.

"Miguel é muito amoroso com tudo. Do jeito dele, elétrico e animado, faz carinho nelas, engatinha atrás brincando. A casa vira uma farra com os três."

TODO MUNDO LÊ JUNTO

Texto com este selo é indicado para ser lido por responsáveis e educadores com a criança

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.