Primeira paleontóloga da história, Mary Anning lidava com fósseis desde pequena

Cientista é tema de livro infantil que tem teoria curiosa sobre o pum dos dinossauros

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Dá para apostar uma mãozinha de tiranossauro rex que, quando alguém no mundo pensa em dinossauros, raramente lembra que muito do que sabemos hoje em dia sobre estes animais vem por causa de uma cientista mulher.

Na verdade, daria até para chamar de "cientista menina", porque Mary Anning, considerada a primeira paleontóloga da história, começou a se envolver com este assunto quando ainda era pequena. E foi só centenas de anos depois de seu nascimento que Mary ganhou a importância que sempre deveria ter tido.

.
Ilustração de Daniel Almeida para o livro 'Mary Anning e o Pum dos Dinossauros' - Divulgação

Na quarta-feira (11), foi divulgada uma biografia dela feita há pelo menos 175 anos por um historiador e professor chamado George Roberts, que dava aulas em frente à loja da família de Mary Anning.

Recentemente também foi lançado um livro para crianças que conta bastante da história da paleontóloga, e ainda fala de um aspecto curioso do trabalho dela.

"O livro brinca com a ideia de que onde há cocô há pum, e fala de teorias sobre os dinossauros soltarem ou não puns. A Mary Anning foi uma das descobridoras e estudiosas dos coprólitos, os cocôs fossilizados", explica o escritor Jacques Fux, autor de "Mary Anning e o Pum dos Dinossauros" (Companhia das Letrinhas).

.
Mary Anning lidando com o pum dos dinossauros, em ilustração de Daniel Almeida para o livro de Jacques Fux - Divulgação

Ele ficou feliz com a descoberta da biografia revelada nesta semana. "Quanto mais textos sobre a nossa querida Mary Anning, melhor! É importante que todos conheçamos essa superpesquisadora e que fofoquemos sobre suas incríveis descobertas", resume.

Jacques acredita que a tal biografia tenha sido escrita nos últimos dez anos de vida da Mary. "É bem curtinha, umas quatro páginas apenas, mas é fundamental, pois já comprovava sua relevância para o mundo da ciência."

Para escrever seu livro, ele conta que leu muitos artigos científicos da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, onde ele estudou, além de procurar documentos e pesquisar a história da paleontologia.

"Mary Anning fez descobertas tão importantes, mas tão importantes, e pode colocar um monte de ‘tão’ aí, que os cientistas da época ficaram enciumados por ela não ter formação científica como eles", acha Jacques.

"Além disso, por ser uma menina-mulher pobre, e existindo o tal do machismo dentro da ciência, alguns desses cientistas compravam seus fósseis, colocavam o nome deles como descobridores e não davam o devido crédito a ela. Coisa para lá de feia e de péssimo gosto."

Mary Anning nasceu na cidade de Lyme Regis, na Inglaterra, em 1799. Seu pai, Richard Anning, era um pobre carpinteiro que batalhava para dar comida aos filhos e, para complementar a renda, passava suas horas de folga escavando fósseis nos recifes para vendê-los aos turistas.

Sua filha Mary aprendeu com ele o ofício, e passou bons e maus (mais maus que bons) bocados até ter seu nome eternizado na galeria de grandes cientistas do mundo.

"Só agora, com o passar do tempo e em virtude de biografias como a minha,, é que ela está recebendo os louros, as glórias e os papagaios que merece! Viva!".

Mary Anning e o Pum dos Dinossauros

  • Preço R$ 49,90 (64 páginas)
  • Autor Jacques Fux e Daniel Almeida
  • Editora Companhia das Letrinhas

DEIXA QUE EU LEIO SOZINHO

Ofereça este texto para uma criança praticar a leitura autônoma

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.