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Casa da Mônica no Airbnb é igual à dos gibis e pode ser alugada em outubro

Localizada em São Pedro (SP), hospedagem tem até armário com vestidinhos vermelhos; diária custa R$ 260 para até três pessoas

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São Pedro (SP)

Já imaginou passar um final de semana dentro dos quadrinhos da Turma da Mônica? Existe um lugar pertinho de São Paulo em que isso é possível, mesmo que por pouco tempo. A Folhinha foi convidada para conhecer o espaço, e eu, que sempre fui fã da turminha, tive a sorte de ser escolhido para a reportagem.

A casa da Mônica da vida real não fica no bairro do Limoeiro, mas em São Pedro, no interior do estado. É uma criação do Airbnb, um dos sites que adultos usam para escolher casas para passar as férias e se hospedar em períodos variados.

Interior do quarto na Casa da Mônica
Interior do quarto da Casa da Mônica - Divulgação Airbnb

O trajeto até lá, saindo do centro de São Paulo, leva cerca de duas horas e meia. Quando se chega à casa, há um portão de madeira com um papel colado nele, mostrando a Mônica muito mais gorducha e dentuça do que ela realmente é —não que isso seja um problema, mas é algo que tem cara de arte do Cebolinha, que deve ter passado por ali e deixado sua marca.

Cruzando o portão, a sensação rapidamente é de se estar em uma história em quadrinhos. Essa casa já estava disponível para aluguel dentro do Airbnb, e foi adaptada para se tornar a Casa da Mônica.

A empresa já fez ações parecidas com essa, como a casa da Barbie, nos Estados Unidos, e a casa no pântano do Shrek, na Escócia. A Casa da Mônica é a primeira iniciativa do tipo na América Latina, e faz parte das comemorações dos 60 anos da personagem.

Assim como aconteceu com as outras casas do tipo, a da Mônica vai ficar disponível por um tempo bem limitado. Apenas três pessoas (que até podem levar um animal de estimação junto) terão a chance de se hospedar lá, e apenas durante os dias 20, 21 e 22 de outubro.

A reserva pode ser solicitada no site airbnb.com/turmadamonica a partir das 14h do dia 12 de outubro. A diária custa R$ 260.

Na casa, as referências ao universo da Turma da Mônica estão por toda parte. Logo na entrada, por exemplo, há a casinha do cachorro Monicão. A sala é integrada com a cozinha, o sofá é do mesmo tom de azul que o Sansão, os móveis da cozinha são vermelhos, a televisão tem um jeitão de antiga —nela, passam animações da turminha.

Ao lado, se vê um "tijolinho" oco de madeira pintado como um controle remoto dos quadrinhos, que guarda dentro dele o controle remoto real. Quando se olha para cima a partir da cozinha, dá para ver o cômodo em que a Mônica guarda seus coelhinhos de pelúcia, com o devido alerta: "Atenção! Área sujeita a coelhadas!".

O quarto é em tons de rosa e azul, com o destaque da cama bem vermelha. As cobertas têm estampa inspirada no Sansão. Dados de madeira com letras em baixo relevo formam o nome Mônica, mas isso nem seria necessário para reconhecer quem é a dona da casa: ao se abrir o guarda-roupa, a gente vê que só existem vestidinhos vermelhos, esse look atemporal e universal que é sua marca registrada.

A cor, aliás, está espalhada em vários objetos da Casa da Mônica, incluindo uma bicicleta vermelhíssima.

O banheiro é rosinha e tem recursos de acessibilidade. Vale comentar que a casa toda é adequada para receber pessoas com deficiência. Como todo lugar deveria ser, né?

Clubinho na Casa da Mônica
Clubinho na Casa da Mônica, em São Pedro (SP) - Divulgação Airbnb

A parte externa é uma graça. É lá que fica o Clubinho da Mônica, uma pequena construção em madeira que reúne vários elementos para brincadeiras. Dá para fazer uma foto reproduzindo o meme do "ATA" num computador, perfeito para registros para as redes sociais. Uma tela retrátil, junto com confortáveis pufes no gramado, permite assistir a filmes sob a luz do luar.

Mesmo dentro do universo infantil, ali tem muitas referências que vão fascinar os mais velhos que cresceram lendo gibi. A primeira tirinha da Mônica, publicada na Folha em março de 1963, está emoldurada ali. A Estrelinha Mágica, sucesso entre as crianças da década de 1980, também dá suas caras.

Não sou o Cascão para ter medo de água, mas, quando começou a chover, fui correndo para o interior da casa. Lá, junto com outros jornalistas, pude conversar um pouquinho com Mônica Sousa, diretora-executiva da Mauricio de Sousa Produções, filha de verdade do Mauricio e inspiração para a personagem.

(Ela não usava um vestido vermelho, nem carregava um coelhinho, e foi muito atenciosa respondendo às nossas perguntas.)

"Quem fez isso [criar a personagem] foi o meu pai, que, em vez de me levar no psicólogo ou alguma coisa assim, escreveu uma historinha", disse, fazendo todo mundo rir. Ela era briguenta, só que isso logo foi passando. "Quando meu pai criou a Mônica das historinhas, eu tinha 3 anos. A criança pode ser agressiva, mas depois vai melhorando", brincou.

Perguntei de quais objetos ela mais gostou na casa e quais lembravam sua infância. "O filtro de barro. A geladeira, minha mãe tinha uma igualzinha, só que amarela. O telefone antigo, também. Tem cada detalhe aqui…".

Nostalgia, nome que os mais velhos dão para essa saudadezinha gostosa de tempos passados, é um sentimento comum quando falamos da Turma da Mônica. Esses personagens existem não só nas historinhas, mas fazem parte da história de muitos brasileiros. O que torna esse lugar especial, então, é permitir que todo mundo volte a ser criança —eu, pelo menos, me diverti à beça.

O jornalista visitou a casa a convite do Airbnb

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