Cartunista Galvão Bertazzi estreia tirinha Vida Bestinha na Folhinha

Autor de Vida Besta vai publicar historinhas para o público infantil todos os sábados nas edições online e impressa

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Em um mundo repleto de dinossauros, quando só existiam os jornais em papel, o desenhista Galvão Bertazzi já estava fazendo suas tirinhas. Ok, a parte dos dinossauros é um exagero porque Galvão não é tão antigo assim, mas realmente não havia internet, tampouco jornais na internet ou tirinhas na internet.

Depois, em 1996, quando alguns jornais começavam sua vida nos computadores, Galvão também estava lá. "Fui um dos primeiros a colocar tirinhas no online", lembra.

Aqui na Folha, ele publica há algum tempo a tira Vida Besta. "É uma tira que seus pais leem. Eu pego assuntos do dia a dia, problemas do mundo, e trato tudo isso de uma forma bem absurda que parece que eu estou inventando as coisas. Mas é a realidade, que está ali na nossa cara", resume.

Agora, ele estreia uma versão para crianças da tirinha, a Vida Bestinha, que será publicada todos os sábados na Folhinha online e impressa. Galvão diz que a ideia é escolher temas que são importantes para os adultos e explicar para os leitores jovens também entenderem daquele assunto.

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O cartunista Galvão Bertazzi, que estreia tirinhas na Folhinha - Olivia Bertazzi

"Crianças estão sempre ligadas no que está acontecendo, e muitos adultos fazem pouco caso disso, acham que elas estão desatentas. Então, meu objetivo é tratar de coisas adultas, mas adaptadas para o universo infantil."

Com isso, devem aparecer na Vida Bestinha tópicos como política, preconceitos e religião, avisa Galvão. "Vou falar sempre de maneira respeitosa, mas mostrando as variadas diferenças que as vidas dos adultos e crianças têm, e que influenciam na existência de todo mundo", afirma.

O nome Vida Besta, da tira original, surgiu depois que Galvão leu uma historinha de outro cartunista, o Angeli.

O personagem dessa outra tirinha era um homem que decidia ir morar no campo, para fugir da agitação e dos problemas da cidade, só que era picado por um mosquito assim que chegava e… morria. Galvão achou aquilo hilário, e pegou emprestado o nome da história para batizar sua nova tira.

Galvão Bertazzi tem 46 anos e nasceu em Campinas, interior de São Paulo. Cresceu em Goiânia (GO) e hoje mora em Florianópolis (SC). Desenha "desde que nasceu", ele diz. Enquanto os amigos jogavam bola e brincavam de pega-pega, ele estava em seu cantinho criando mundos no papel.

Na escola, foi o desenho que o ajudou a se manter atento, já que achava tudo chato e tinha dificuldade de ter foco nas aulas. Reproduzia capas dos discos de heavy metal que gostava, inventava personagens e criava "capetinhas" e "o mundo pegando fogo". "Minha mãe torcia o nariz!", lembra, rindo.

Para ele, Vida Bestinha também vai servir como uma forma de se comunicar ainda mais com os filhos, Olivia, 9, e Vicente, 6. Os três curtem desenhar juntos, incluindo os "personagens bonzinhos" e "as turminhas más".

"É muito importante falar com as crianças. Eu me preocupo com como as notícias se alastram no mundo delas", diz. "Minha filha recebe fake news, acredita? Umas bobagens de vacina, armas, política. E às vezes penso ‘Como vou explicar pra ela?’. Em casa a gente conversa de maneira muito franca, porque somos muito preocupados com a desinformação."

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