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Nietzsche foi um sonhador que queria ir 'ao infinito e além' como Buzz Lightyear

Coleção Folha Pensadores para Crianças apresenta o filósofo alemão em seu segundo volume

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Lia Bock
São Paulo

Você já pensou a escola como um grande parque de diversões? Pois um dos pensadores mais respeitados de todos os tempos tinha essa sensação.

Friedrich Nietzsche adorava fazer perguntas e aprender sobre o passado. Seu sonho não era voar ou ser invisível, mas pensar o mundo melhor do que qualquer outra pessoa. Nietzsche era um pouco como o Buzz Lightyear, de Toy Story, e acreditava que a filosofia podia nos levar "ao infinito e além".

Ilustração de volume da Coleção Folha Pensadores para Crianças, sobre Friedrich Nietzsche. - Divulgação

Ele é o personagem do segundo livro da Coleção Folha Pensadores para Crianças, que acaba de chegar às bancas (R$ 24,90).

Como todos os livros da coleção, a narração é em primeira pessoa, ou seja, é o próprio Nietzsche que conta ter nascido na Alemanha em 1844 e recebido o nome de Friedrich em homenagem ao rei. "Desde pequeno, sempre gostei muito de estudar e pensar sobre coisas importantes, como a escola, os amigos e o que a gente acredita", diz o narrador.

De forma lúdica e ilustrada, o livro mostra para as crianças não só alguns dos principais pensamentos de Nietzsche, como também a maneira com que ele encarava a vida e as dificuldades. Afinal, até as pessoas muito inteligentes têm momentos difíceis.

"Quando as coisas não saíam como eu esperava, sempre encontrava algo novo para aprender e me inspirar, como a música e os livros. Isso me mostrou que, não importa o que aconteça, sempre podemos encontrar algo bom e importante nas experiências que vivemos", diz nosso narrador.

Marta Pires Passos, autora deste exemplar, conta que Nietzsche oferece uma visão de que os tempos difíceis podem não só ser ultrapassados, mas também ser uma parte necessária das nossas vidas. "Para ele, o sofrimento pode ser transformado em oportunidade para uma vida mais completa", diz.

Um dos grandes atrativos dessa coleção é que ela conta com uma plataforma online em que os leitores podem navegar pelos livros em formato ebook e bilíngues. Dá para ler ou escutar as histórias de Nietzsche em português e em inglês e, assim, conhecer conceitos que nortearam muita coisa que veio depois. Como o questionamento do que é o bem e o mal.

Nosso amigo Nietzsche explica que, dependendo de como olhamos para as coisas, o que é certo pode virar errado, e vice-versa. Aliás, esse foi um de seus grandes temas. Ele também explica que é preciso ter coragem para ter nossas próprias opiniões e não ter medo de pensar diferente dos outros.

No exemplar, os livros "O Nascimento da Tragédia", "Assim Falou Zaratustra", "Além do Bem e do Mal", todos de autoria dele, são explicados de forma simples, ajudando até os adultos que sempre tiveram um pouco de medo da filosofia a entender que ela nada mais é do que o questionamento do conhecimento como se via até então.

Por exemplo, enquanto muita gente defendia que precisávamos buscar uma vida repleta de momentos felizes, Nietzsche ponderou que não existe alegria sem tristeza, e que é do equilíbrio entre os dois que devemos ir atrás.

E se você está intrigado como a complexa filosofia de Nietzsche pode ser simplificada para crianças, Marta explica: "Nietzsche é considerado um filósofo difícil principalmente pela escrita densa e com metáforas que só ele conseguia expressar. Simplificamos esses pensamentos com muita criatividade, traduzindo em exemplos do dia a dia."

"Por exemplo, apesar de não ser o Super-Homem que as crianças conhecem, falar nele fica próximo, mas também dá a nuance de complexidade quando mostramos que o super-homem de Nietzsche é uma pessoa normal, mas que encontra forças para superar as dificuldades do dia a dia".

O livro coloca Nietzsche como um detetive encantado com histórias de grandes inventores e cientistas. Ele tinha fascínio pelas perguntas ainda não respondidas e acreditava que com curiosidade e determinação, até os mistérios mais profundos do universo poderiam ser desvendados.

O livro mostra, mais uma vez, que ser sabido não é ter resposta para tudo, mas sim, saber fazer as perguntas certas. Ops! Nietzsche não gostaria nada que a gente julgasse se uma pergunta é certa ou errada, então falemos em "boas perguntas".

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