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País enfrenta desmonte
da produção estatal
da Equipe de Articulistas
Ao longo do processo de reformas, a indústria de pequeno porte
tem sido uma força importante na redefinição do mercado
interno chinês. O tamanho médio da empresa não-estatal
na China caiu de 112 para 8 pessoas por empresa, desde 1978.
O desempenho exportador da China, de outro lado, teve como alavanca uma
desvalorização cambial que reduziu o valor da moeda, em
97, a um quinto do que era em 80 (esse é o pressuposto das Zonas
Econômicas Especiais e do crescimento de 13,5% ao ano do volume
de comércio exterior, cujo peso passou de 0,8% a 3% do comércio
internacional).
Entre 78 e 95, a renda per capita cresceu 6% ao ano, menor apenas que
a taxa registrada pela Coréia do Sul e seis vezes superior à
média mundial. A participação do PIB chinês
na economia global passou de 5% para 10%.
O grande desafio chinês nos próximos anos será fazer
um desmonte o menos traumático possível do sistema produtivo
estatal, com mais de cem mil empresas. Até agora, isso não
atingiu mais que 10% do total. Operando com muita capacidade ociosa, absorvendo
mais de 70% do crédito doméstico e com um grau de inadimplência
que contamina 20% dos balanços de bancos.
Há também desafios cruciais no setor agrícola. A
China alimenta 22% da população mundial com 7% do total
da terra agricultável do planeta. A demanda por comida (em boa
medida, importada) será um dos principais canais de influência
da China sobre o resto do mundo nas próximas décadas.
Especialistas da OCDE estimaram que as importações chinesas
de grãos chegarão, no ano 2000, a até 40 milhões
de toneladas (até 8% da produção doméstica).
Mas ainda há muito a se fazer em termos de técnicas de gerenciamento
de produção agrícola, irrigação, políticas
oficias de crédito e subsídios. Aliás, nada incomoda
mais os chineses que a idéia de uma liberalização
maior do mercado de arroz.
A garantia de que a população tem alimento barato e com
o menor nível possível de subsídios estatais é
uma das condições para o desenvolvimento econômico,
na opinião da maioria dos técnicos. Por enquanto, esse objetivo
ainda continua distante. (GS)
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