São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 1999




Rivalidade com ilha de
Taiwan é foco de tensão

do enviado à China

A rivalidade entre China e Taiwan aparece como um dos principais focos de tensão política e militar na Ásia e, para o presidente chinês, Jiang Zemin, a ‘‘ilha rebelde’’ representa a questão mais espinhosa nas relações entre Pequim e Washington.
O desenho da crise atual remonta a 1949, quando, na guerra civil, os comunistas de Mao Tse-tung derrotaram os nacionalistas, que se refugiaram na ilha de Taiwan e mantiveram desde então o sistema capitalista, com apoio norte-americano.
Desde a divisão, os rivais proclamam a reunificação como ‘‘tarefa histórica e inevitável’’. Mas cada lado tenta impor suas condições nesse turbulento diálogo iniciado em 93, e os EUA caminham sobre uma linha fina ao manter laços com China e Taiwan.
Em 79, os EUA estabeleceram ‘‘relações diplomáticas completas’’ com Pequim, reconhecido como ‘‘único representante do povo chinês’’.
Taiwan teve de se contentar com a redução a ‘‘laços não oficiais’’ com Washington, o que resulta na manutenção de vínculos econômicos e culturais.
Apesar desse distanciamento em relação a Taiwan, os EUA se comprometem a tomar ‘‘uma atitude apropriada’’ caso a China ataque a ilha. Essa expressão, embora inicialmente vaga, significa ajuda militar ao governo taiuanês.
A China quer que os EUA rompam as relações militares com Taiwan _Washington vende ‘‘armamento de defesa’’_ e que a Casa Branca pressione o governo taiuanês a aceitar, para a reunificação, as condições de Pequim.
O governo chinês oferece a fórmula ‘‘um país, dois sistemas’’: Pequim seria a sede do poder político, mas a ilha manteria, com alto grau de autonomia, seu capitalismo e democracia.
Taiwan condiciona a reunificação à democratização da China e, em julho, uma nova etapa da crise surgiu com o governo taiuanês aumentando suas exigências para dialogar com Pequim.
Como reação, a China voltou a ameaçar invadir Taiwan caso a ilha desista da reunificação. Os EUA criticaram a última iniciativa de Taiwan, mas Bill Clinton não pode abandonar a ilha, aliado ideológico com poderoso lobby no Congresso americano. (JS)


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.