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JUDAÍSMO
Fazemos o filme que Deus já viu
da Reportagem Local
Faça de conta
que você é um cineasta e que hoje, ao acordar, decidiu filmar
o seu dia. À noite, quando se deitar, terá produzido um
longa-metragem de umas 16 horas _em que, estranhamente, não haverá
cenas inéditas: Deus viu todo o filme ontem. Entenda, não
é que Ele assistiu à pré-estréia. Deus viu
o filme antes de o filme existir.
Com lógica surrealista, o advogado Luiz Kignel, 35, adepto do judaísmo,
explica uma das equações mais complexas da natureza:
a convivência entre o poder divino e o livre arbítrio dos
homens. Nada surpreende Deus. Como está acima do tempo e
do espaço, Ele sabe quais serão as nossas escolhas, mas
não escolhe por nós. Não escreve o roteiro nem dirige
os atores. Nós fazemos o filme que Ele já conhece.
Neto de russos e poloneses, pai de dois filhos, o advogado não
se considera um judeu ortodoxo, embora procure seguir as principais normas
da religião.
Reza três vezes por dia, não cultua nenhuma divindade além
de Deus, consulta rabinos para resolver questões pessoais, submete-se
às regras alimentares do judaísmo e não trabalha
durante o shabat _descanso obrigatório, que começa no pôr-do-sol
de sexta-feira e termina no de sábado.
Confia que, quando chegar a hora, Deus mandará um messias,
um homem especial, para fundar na Terra uma nova era,
sem sofrimento, em que o mal não existirá. Vai imperar
o amor, e a humanidade optará apenas entre o bom e o melhor. Não
haverá mais a morte. Quem morreu ressuscitará. Quem está
vivo viverá eternamente.
Caberão todos no planeta? Deus dará um jeito.
Luiz admite, entretanto, que acreditar no messias não o livra do
medo de morrer. A criatura nunca compreenderá perfeitamente
as razões do Criador, nunca entenderá a morte. No máximo,
conseguirá aceitá-la.
Ainda que, a princípio, não oriente as escolhas humanas,
Deus pode intervir se chamado (e se quiser). Sua bênção
depende de quatro condições: que o fiel pratique o bem,
se arrependa dos erros cometidos, reze e não peça nada que
prejudique os outros.
Pedir para passar no vestibular, por exemplo, é legítimo?
O aprovado, afinal, tira a vaga de alguém.
Há muitas maneiras de pedir. Se você solicitar que
Deus lhe dê paciência para estudar e se você realmente
estudar, concorrerá com aqueles que também estudaram, e
entrarão os melhores, porque a vida é assim. (AA)
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