Saiba quais foram os principais papéis de Autran no teatro
Paulo Autran (1922-2007) era ator de grandes recursos expressivos e vários registros dramáticos. Iniciou-se no teatro em 1947, com "Os Artistas Amadores", grupo fundado por Madalena Nicoll, que encena "Esquina Perigosa", de J. B. Priestley, um dos espetáculos que marcam a fase amadora do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), nos seus primórdios.
Voltou aos palcos com "A Noite de 16 de Janeiro", de Ayn Rand, 1948, no papel de um advogado, profissão que, de fato, ele exerceu no período. Em 1949, entrou para ao Grupo de Teatro Experimental, GTE, atuando em "Pif-Paf" e "A Mulher do Próximo", textos e direções de Abílio Pereira de Almeida, e como o protagonista de "À Margem da VIda", de Tennessee Williams, no Teatro Copacabana, Rio de Janeiro, todas em 1949.
Ainda nesse ano, numa produção de Fernando de Barros, protagonizou ao lado de Tônia Carrero, recém-chegada de Paris, "Um Deus Dormiu Lá em Casa (Anfitrião)", de Guilherme Figueiredo, seu primeiro papel no profissionalismo. Em 1950, a mesma companhia realiza "Amanhã, Se Não Chover", de Henrique Pongetti, com direção de Ziembinski. No ano seguinte, ele e Tônia Carrero são contratados em São Paulo: ele, para o TBC e ela para a Companhia Cinematográfica Vera Cruz.
Divulgação |
Paulo Autran e a atriz Tonia Carrero foram parceiros constantes no teatro e na TV |
Em 1951, atuou em importantes produções da companhia, tais como: "Seis Personagens à Procura de um Autor", de Luigi Pirandello, direção de Adolfo Celi; "Arsênico e Alfazema", de Joseph Kesselring, direção também de Celi; "Ralé", de Máximo Gorki, direção de Flaminio Bollini, e "A Dama das Camélias", de Alexandre Dumas Filho, encenação de Luciano Salce.
Com "Antígone, de Sófocles" (1º ato) e de "Jean Anouilh" (2º ato), dirigido por Adolfo Celi, em 1952, arrebatando o Prêmio Saci de melhor intérprete; que vai repetir-se com "Na Terra Como No Céu", de Franz Hochwalder, e "Assim É...(Se Lhe Parece)", novamente Pirandello, tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, ambos em 1953.
Outro grande sucesso de sua carreira no TBC vem com "Santa Marta Fabril S. A.", em 1955. No ano seguinte, ele, Tônia Carrero e Adolfo Celi saem do TBC e fundam, no Rio de Janeiro, a Companhia Tônia-Celi-Autran, CTCA, estreando com "Otelo", de William Shakespeare. Nos anos seguintes, as mais significativas montagens que sobem à cena são: "A Viúva Astuciosa", de Carlo Goldoni, 1956; "Entre Quatro Paredes" (Huis Clos), de Jean-Paul Sartre, 1956; Frankel, de Antônio Callado, 1957; "A Ilha das Cabras", de Ugo Betti, 1958; "Calúnia", de Lillian Hellman, 1958; "Negócios de Estado", de Louis Verneuil, 1958; "Seis Personagens à Procura de Um Autor", de Luigi Pirandello, 1959; "Lisbela e o Prisioneiro", de Osman Lins, 1961; "Um Castelo na Suécia", de Françoise Sagan, 1961; e "Tiro e Queda", de Achard, última montagem da CTCA em 1962.
Flávio Florido/Folha Imagem |
Temporada da peça "O Avarento", encenada por Paulo Autran ano passado em SP |
Estréia, com brilho e sucesso, ao lado de Bibi Ferreira em "My Fair Lady", 1962. Em 1964, com Maria Della Costa, está em "Depois da Queda", de Arthur Miller, direção de Flávio Rangel, para o Teatro Maria Della Costa - TMDC, recebendo o Prêmio Associação Paulista dos Críticos Teatrais, APCT, de melhor ator. Fez, logo após, um show de boate denominado "Paulo Autran da 1 às 2", repetindo Flávio Rangel como diretor, que inspira a criação de "Liberdade, Liberdade", de Flávio Rangel e Millôr Fernandes, levado em 1965 no Teatro Opinião, enorme sucesso de crítica e público. Ainda com o espetáculo correndo o país, Paulo filma "Terra em Transe", de Glauber Rocha, vivendo o ditador de um país latino-americano, saudado como o mais importante lançamento de 1967.
Montou sua própria companhia e, em 1966/1967, percorreu o Brasil com uma encenação de Flávio Rangel para 'Édipo Rei", de Sófocles, ao lado de Cleyde Yáconis. Seguem-se novas produções bem-sucedidas: "Dr. Knock", de Jules Romains, 1974; "Equus", de Peter Shaffer, 1975, ambas novamente dirigidas por Celso Nunes; e recebeu o Prêmio Mambembe de melhor ator em "A Morte de um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller, encenação de Flávio Rangel, 1977.
Com Eva Wilma protagonizou "Pato com Laranja", de William Douglas Home, trazendo Adolfo Celi da Itália para um retorno ao Brasil, em 1979, um dos maiores sucessos de sua carreira.
Em 1993, esteve como ator em "O Céu Tem que Esperar", de Paul Osborn, direção de Cecil Thiré; e, em 1994, atuou em "A Tempestade", de Shakespeare, direção de Paulo de Moraes, realizada em Londrina.
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