Livro revê história de Marilyn Monroe e John F. Kennedy
Do saco sem fundo de assuntos que a breve existência de Marilyn Monroe já proporcionou aos curiosos --incluindo, nos últimos anos, um romance sobre sua estranha relação com o terapeuta e uma série de fotos em que aparece nua--, sai agora a biografia "Marilyn & JFK".
Andre de Diene/Efe |
Para escritor, Kennedy e Marilyn Monroe eram sempre vigiados |
E seu autor, o francês François Forestier, nem tenta ir muito mais longe que seus pares no escrutínio da vida da atriz, morta aos 36, em 1962, por overdose de barbitúricos. A obra, lançada pela Objetiva, quer apenas ser o "primeiro relato completo da história de amor entre o maior símbolo sexual de Hollywood e o presidente americano", como informa o material de divulgação.
Crítico de cinema da "Nouvel Observateur", Forestier diz que partiu de seus "quase 40 anos de cobertura de Hollywood", com entrevistas com diretores como John Huston e Billy Wilder, e da leitura de tudo o que se registrou sobre a estrela e o político para contar "uma história que todo mundo conhece, mas ninguém conhece [o caso de alguns anos que eles tiveram]".
"Fiquei impressionado por essa história nunca ter sido narrada. Uma vez que você faz uma linha do tempo, batendo fatos da vida do JFK com a dela, o resto vem. Demorei para conseguir concluir isso", afirma o autor, sobre os pontos coincidentes das duas trajetórias.
A narração no presente, numa tentativa de trama noir, resulta em um tom duvidoso de reportagem de tabloide. Forestier, porém, diz não ter "inventado nada, nunca" (ele descreve até pensamentos, como o mantra "primeira-dama", que estaria sempre na mente da loira...).
"Cada diálogo, cada situação, tudo foi documentado. Marilyn e JFK estavam constantemente sob algum tipo de vigilância --FBI, CIA, máfia e por aí vai. Todos os diálogos que usei, ou situações que descrevi, foram reportados por testemunhas. Se você começa a criar histórias, perde a credibilidade."
Biografias "suspeitas"
Pelo mesmo motivo, boatos e biografias "que pareciam suspeitas", como as assinadas por Donald Wolfe e Robert Slatzer, foram rejeitados como fontes. "Agora, eu tenho um ponto de vista, e todo o retrato que faço é esse meu ponto de vista, que com certeza colore a história."
Assim, Marilyn aparece não como a mulher inteligente que outros biógrafos pintam. Pelo livro, ela é "manipuladora", além de insuportável o bastante para levar Wilder a dizer que ele merecia uma "medalha como a que se dá aos gravemente feridos na guerra" por tê-la dirigido duas vezes. JFK surge como uma "criança mimada" que, na vida pessoal, não sabia o significado da palavra ética.
Não faltam pormenores sobre momentos como o assassinato de John F. Kennedy, em 1963, e o clássico "Happy Birthday, Mr. President" entoado pela atriz no 45º aniversário dele. A teoria conspiratória que liga a morte dela ao affair, no entanto, é desmentida --Marilyn, avalia o biógrafo, era uma suicida em potencial.
MARILYN & JFK
Autor: François Forestier
Tradução: Jorge Bastos
Editora: Objetiva
Quanto: R$ 33 (216 págs.)
Livraria da Folha
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