Morre o escritor Sergey Mikhalkov, autor da letra dos hinos soviético e russo
Sergey Vladimirovich Mikhalkov, escritor infantil e autor da letra dos hinos da União Soviética e da Rússia pós-soviética, morreu hoje aos 96 anos, informaram fontes da família à agência oficial Itar-Tass.
Divulgação |
Sergey Mikhalkov (à dir.) recebe homenagem de Vladimir Putin; escritor morreu aos 96 anos |
O dramaturgo, autor de numerosas fábulas, obras de teatro e comédias satíricas, agraciado com numerosos títulos e condecorações soviéticas e russas, morreu em uma clínica de Moscou.
O escritor, pai dos diretores de cinema Andrei Konchalovski e Nikita Mikhalkov --ganhador de um Oscar, entre outros prêmios--, tinha sido internado em fevereiro no Hospital Clínico Central de Moscou devido a "uma insuficiência cardíaca aguda".
Mikhalkov, que liderou durante muitos anos a União de Escritores da União Soviética, foi agraciado com a Ordem de Stalin por escrever em 1944 a letra do novo hino da União Soviética, que louvava ao líder comunista.
Depois da morte de Stalin em 1953 e a condenação de seu culto à personalidade no 20º Congresso do Partido Comunista, o hino se interpretou sem letra até 1977 quando, depois de aprovada a nova constituição soviética, Mikhalkov escreveu uma nova versão da letra, que não menciona o ditador.
A desintegração da União Soviética em 1991 deixou a nova Rússia sem hino até que, em 2000, o segundo presidente russo, Vladimir Putin, decidiu recuperar a música do hino soviético e aprovou nova letra, também de Mikhalkov.
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Em seu 95º aniversário, dia 13 de março de 2008, Mikhalkov foi homenageado no palco do emblemático Teatro Bolshoi de Moscou com um ato solene cuja direção de arte foi de responsabilidade de seu filho mais velho, Andrei Konchalovski.
O escritor foi saudado por Putin, enquanto seu filho mais novo, Nikita Mikhalkov, estreou na televisão estatal um documentário sobre seu pai.
O próprio Sergey Mikhalkov escreveu em sua autobiografia: "Nasci na Rússia czarista. Aos quatro anos vivi a revolução, fui testemunha da criação da União Soviética e, aos 78 anos, da desintegração do estado ao que servi com convicção durante toda minha vida".
"Vivi muito, mas não como testemunha e sim como participante ativo em todos os eventos", manifestou.
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