Morre, aos 61 anos, o ator e diretor Marcos Paulo
O ator e diretor Marcos Paulo, 61, morreu na noite deste domingo (11), em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Ele estava ao lado da mulher, a atriz Antônia Fontenelle, 39, quando começou a passar mal. Segundo familiares, o diretor sofreu uma embolia pulmonar.
De acordo com uma amiga de Antônia, que foi para a casa do casal para ajudá-la, não houve tempo de socorrê-lo.
"Antonia está desnorteada, não consegue nem falar. Ele estava bem, feliz, não tinha nada. De repente, passou mal e morreu", disse à Folha a amiga da atriz, que se identificou como Ana Maria.
Marcos Paulo e Antonia haviam participado, na sexta-feira à noite, da festa de encerramento do 9º Amazonas Film Festival, no Teatro Amazonas, em Manaus, e voltado para o Rio no sábado.
Nos últimos meses, Marcos Paulo vinha viajando com frequência para a Amazônia, pois estava pesquisando locações para um filme intitulado "Sequestrados", que tem no elenco, entre outros, Lima Duarte e Nicete Bruno.
Marcos Paulo havia sido diagnosticado com câncer de esôfago em maio de 2011 e feito uma cirurgia para retirar um tumor do órgão três meses depois.
À época, comunicado da Central Globo de Comunicação informou que a doença havia sido descoberta precocemente e que o tratamento tinha se iniciado logo em seguida.
"Não estou conseguindo nem falar, não está dando. É muito triste, o pai da minha filha. Isso não podia ter acontecido com ele", disse a atriz Renata Sorrah, ex-mulher do diretor, que também foi casado com a atriz Flavia Alessandra.
Marcos Paulo Simões nasceu em São Paulo, em 1º de março de 1951. Ele era filho adotivo do ator, diretor, produtor e autor de TV Vicente Sesso.
O velório e a cerimônia de cremação acontecem nesta segunda-feira (12), no Memorial do Carmo, no Rio, a partir das 11h. Marcos Paulo deixa três filhas.
CARREIRA
Nascido em São Paulo no dia 1º de março de 1951, Marcos Paulo se tornou um dos mais conceituados profissionais das artes cênicas no Brasil.
Estreou na televisão como ator em 1967, na novela "O Morro dos Ventos Uivantes", ainda na extinta TV Excelsior.
Depois, ainda passou pela TV Record, no ano seguinte, na trama "Ana", e, em 1969, pela Bandeirantes, como Marcos em "Era Preciso Voltar". Antes de debutar na Globo, em 1970, na novela "Pigmalião 70", de Vicente Sesso. No mesmo ano, fez "A Próxima Atração" e ainda passou pela emissora que o revelou em "Sangue do meu Sangue".
Em mais de 40 anos na televisão, Marcos participou de 37 novelas, entre elas, "Roque Santeiro", de 1985, no papel de Jorge de Lima, "Quatro por Quatro", de 1994, como Gustavo, e "Páginas da Vida", de 2006, interpretando Diogo Côrrea. Seu último trabalho como ator se deu em 2008, fazendo participação especial em "Desejo Proibido".
A estreia como diretor ocorreu em 1978, no comando de "Dancin´ Days", de Gilberto Braga, grande sucesso estrelado por Sônia Braga e Antônio Fagundes. O trabalho nos 173 capítulos gravados foi dividido com Daniel Filho, Gonzaga Blota, Denis Carvalho e José Carlos Pieri.
Ainda ocupou o posto em outras 15 atrações da TV Globo, sendo 11 novelas --como "Roque Santeiro" e "Fera Ferida"--, dois seriados --"Estação Globo", de 2007 a 2009, e "Malhação", em 2009-- e uma minissérie --"Parabéns pra Você", em 1983.
Atuou também em filmes brasileiros de sucesso, como "Eu Transo, Ela Transa" (1972) e "Se eu Fosse Você 2" (2008), sendo que sua última aparição nas telonas foi em "Faroeste Caboclo", de René Sampaio, no qual fez o personagem Ney.
A estreia como diretor nos cinemas só se deu em 2011, com o longa "Assalto ao Banco Central", estrelado por Lima Duarte, Eriberto Leão e Giulia Gam.
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