Mulheres lideram premiação do Jabuti
Foi das mulheres a cerimônia de entrega da 54ª edição do Prêmio Jabuti, que ocorreu anteontem na Sala São Paulo. Pela primeira vez duas escritoras venceram os prêmios mais importantes do evento no mesmo ano.
Mineiridade marca obra de grande vencedora do Prêmio Jabuti
Stella Maris Rezende, 62, ganhou o livro do ano de ficção por "A Mocinha do Mercado Central" (ed. Globo).
Já a jornalista Miriam Leitão, 59, colunista de economia do jornal "O Globo", recebeu o livro do ano de não ficção por "Saga Brasileira: A Longa Luta de um Povo por sua Moeda" (ed. Record).
Ambas foram escolhidas entre os primeiros colocados das 29 categorias do Jabuti. Vão levar R$ 35 mil cada uma. Os livros do ano, última etapa do Jabuti, são eleitos por jurados das fases anteriores e representantes do mercado.
Na cerimônia os vencedores de todas as categorias do Jabuti (veja alguns no quadro abaixo) subiram ao palco para receber as condecorações. Cada um irá receber R$ 3.500.
Stella Maris Rezende foi a recordista de troféus da noite: recebeu três no total. Num fato também raro, ela conquistou os dois primeiros lugares da categoria juvenil com os livros "A Mocinha..." e "A Guardiã dos Segredos de Família" (ed. SM).
Avener Prado/Folhapress | ||
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Stella Maris Rezende (centro) - Vencedora da categoria Juvenil e Livro do ano ficção |
"Acho que todos esses prêmios são importantes para voltar os olhos para os livros juvenis. Quando escrevo, não penso que estou fazendo algo juvenil, e sim um romance", contou Rezende.
Miriam Leitão, cujo livro premiado retrata a história econômica recente do país, disse que pretende estrear em outro gênero agora. Ela está negociando a publicação de três livros infantis já concluídos.
A vitória feminina marcou uma edição do Jabuti que também será lembrada pelas controversas notas atribuídas na categoria romance.
Como a Folha já havia antecipado, o jurado C, que deu notas muito baixas para alguns dos favoritos, é o crítico Rodrigo Gurgel. Além dele, participaram do júri da categoria Amilton Pinheiro e Suzana Ventura.
Gurgel deu notas zero para Ana Maria Machado, por exemplo, e favoreceu estreantes como Oscar Nakasato, que venceu a categoria romance com "Nihonjin".
Gurgel não foi ao evento. "Já fui jurado outras três vezes e nunca fui à cerimônia. Não tenho o hábito de sair."
Nas redes sociais comentou-se que o fato de Nakasato não levar o livro do ano de ficção teria sido uma resposta do mercado à atuação de Gurgel.
"Não acredito que tenha havido uma ação organizada nesse sentido, mas a vitória da Stella me deixou muito feliz", diz José Luiz Goldfarb, curador do Jabuti.
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