Série on-line filmada em Minas retrata ação do Exército brasileiro no Haiti
Imagens de Nova York, cenas de ação, diálogos em inglês. Os primeiros segundos do trailer dão a impressão de que "Cidade do Sol" é uma grande produção de guerra hollywoodiana.
Mas pouco depois um militar diz a outro, em português: "Não esquece que daqui a pouco nós tamos no Brasil".
"Cidade do Sol" é na verdade uma série on-line inteiramente filmada em Minas Gerais, dirigida pelo mineiro Guto Aeraphe, 35. A produção é dividida em sete capítulos de aproximadamente 12 minutos. Uma versão em longa-metragem, com 87 minutos, foi exibida em Divinópolis (MG) no começo deste mês.
Veja trailer de "Cidade do Sol":
A série está disponível no site Webseriados. O aluguel de cada capítulo custa US$ 0,99. A compra da série completa sai por US$ 2,99.
"Cidade do Sol" retrata a atuação do Exército brasileiro na missão de paz da ONU no Haiti. Uma jornalista americana vai ao país investigar os abusos cometidos por milícias rebeldes e acaba sequestrada por elas. Militares brasileiros tentarão resgatá-la e deter os grupos que pretendem instaurar o caos no país.
"Conversei com soldados brasileiros que já haviam servido no Haiti e percebi que a missão de paz poderia render uma boa história", diz Aeraphe.
O diretor adora os filmes de guerra. A primeira série que criou, "Heróis" (2011), retratava soldados brasileiros na Segunda Guerra.
Veja trailer de "Heróis":
Em 2012 lançou "Apocalipze", série on-line de terror sobre a jornada de uns poucos sobreviventes de uma doença que dizimou praticamente toda a população do planeta.
As duas produções também podem ser vistas pelo site Webseriados.
"Cidade do Sol" é a terceira e mais ambiciosa série do diretor. Além da duração maior, o dobro das anteriores, tem cenas faladas em português, inglês, francês e crioulo (língua falada no Haiti).
"Em Contagem [região metropolitana de Belo Horizonte] há uma grande comunidade de haitianos. Nós selecionados alguns, que nunca tinham atuados antes, para o projeto. Um preparador de elenco trabalhou com eles", conta o diretor.
Apesar do baixo orçamento (cerca de R$ 476 mil) para produções com essa temática, "Cidade do Sol" impressiona pela qualidade das cenas de ação.
"O público pode gostar ou não da história, mas tentamos fazer uma produção tecnicamente caprichada. Isso é fundamental", ressalta Aeraphe.
Ele prepara agora uma nova série sobre guerra, desta vez ambientada no futuro, envolvendo inteligência artificial.
"Há um mercado muito grande para histórias de aventura, ação, suspense. São gêneros que o público adora e exploramos pouco."
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