'O Globo' lança livro com 309 capas publicadas em 90 anos
O nome foi escolhido pelo jornalista Irineu Marinho num concurso. Em 20 de julho de 1925 foi divulgado o vencedor: "Correio da Noite". Como este já tinha registro, ficaram com a segunda opção mais votada. Em 29 de julho daquele ano, era rodada a primeira edição do vespertino "O Globo".
Para comemorar a trajetória, o jornal carioca lança o livro "Primeiras Páginas "" 90 Anos de Histórias nas Capas do Globo", bem cuidada seleção de 309 páginas que entrelaçam a história do jornal com as do Brasil e do mundo. Assinada por Aluizio Maranhão e Cesar Tartaglia, a edição não será comercializada.
A fórmula da capa tem o mesmo critério nos principais jornais: espelhar para o leitor o que de mais relevante há naquela edição. Reunir as principais primeiras páginas de 90 anos de "O Globo" é, portanto, compilar uma edição especial sobre alguns dos principais fatos da história recente.
Temas nacionais são revividos desde a década de 20, caso da Coluna Prestes. A crônica da expedição foi publicada em capítulos pelo jornal, em 1927, e seu autor foi acusado de conspirar contra o então senador e ex-presidente da República, Artur Bernardes.
A foto na capa de 21/4/1960 traduz outro fato histórico: o presidente Juscelino Kubitschek sai do Palácio do Catete com a família, rumo a Brasília. O Rio deixaria de ser a capital federal após quase 200 anos como sede administrativa.
A publicação também aborda os principais assuntos internacionais. Reproduz, por exemplo, o destaque dado na capa de 13/5/1937 ao trágico voo do dirigível Zeppelin, sinônimo de modernidade que caiu em chamas em Nova Jersey.
Destaca-se ainda a paixão dos brasileiros sempre merecedora de generosos espaços nos jornais. O livro repagina o Fla x Flu de 8/11/1925. Os times empataram em 1 a 1, e "O Globo" reservou a capa toda do dia seguinte ao clássico, esbanjando ousadia gráfica ao estampar oito fotos do jogo, com todas as dificuldades de reprodução daquela época.
Interessante visualizar a troca gradativa do preto e branco das imagens pelo colorido. Em 22/6/1970, uma pequena bandeira do Brasil foi impressa em cores para comemorar a seleção tricampeã.
A evolução gráfica fica perceptível à medida que leitor folheia cronologicamente o livro. Aos poucos a mistura de diferentes tipos e tamanhos de letras e a diagramação espremida vai dando lugar a novas soluções gráficas. Ilustrações cedem parte de seu espaço para gráficos computadorizados.
Acompanhada de textos explicativos, a publicação tem capa dura, papel especial branco e formato diferenciado. Um livro de arte com um bom resumo do jornalismo e dos 90 anos de história de "O Globo".
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