CRÍTICA
Com atuação ginasiana, sequência de 'Rocky' está longe do original
A saga do lutador Rocky Balboa completa 40 anos em 2016. No entanto, "Creed", a sétima aparição do personagem nos cinemas, estreia no Brasil sem dar muitos motivos para comemoração.
Pode ser um passatempo para quem acompanha tudo desde "Rocky - Um Lutador" (1976). Mas não é algo a ser lembrado em uma semana.
Quando o pugilista azarão Balboa (Sylvester Stallone) enfrentou o campeão mundial, o dono do cinturão era Apollo Creed. Daí vieram "Rocky 2" e "Rocky 3", que transformaram os rivais em melhores amigos. Em "Rocky 4", Balboa estava aposentado, mas depois da morte de Creed no combate contra o russo Drago, vingar o amigo fez com que ele voltasse aos ringues.
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Rocky Balboa (Sylvester Stallone) treina Adonis Creed (Michael B. Jordan) no longa de Ryan Coogler |
Os outros filmes da franquia, "Rocky 5" e "Balboa", perderam público porque ficou bem difícil acreditar no sexagenário Stallone trocando socos por 12 assaltos.
Sobrou para "Creed" um caminho: colocar Balboa como treinador. Para dar a liga emocional necessária, seu pupilo será o filho de Creed. Autodidata e marrento, o jovem terá muito a aprender com Balboa, que aplicará seus métodos nada ortodoxos no treinamento.
Mas a ordem é fazer sofrer mais o combalido Balboa. Dono de restaurante, ele continua bonachão, porém consumido pela tristeza depois das mortes da mulher e do amigo.
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Cena do filme "Creed: Nascido para Lutar" |
Quando começa o treinamento para a grande luta de Creed, Balboa descobre um câncer. O roteiro, primário e esquemático, ganha duas pontas para fechar. Creed vai ganhar? Balboa vai morrer?
Um roteiro medíocre e atuações ginasianas (incluindo um Stallone absurdamente vencedor do Globo de Ouro como coadjuvante) só deixam o sétimo "round" da franquia mais distante do "Rocky" original, que ganhou três prêmios no Oscar.
Na época, Stallone teve duas merecidas indicações ao prêmio da Academia. Mas ninguém imaginava que 40 anos depois o criador ainda estivesse preso à criatura.
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