crítica filme na tv
Assim como personagens, 'Festa' fica resignado com injustiças
"Festa" (1989, 14 anos, Cultura, 24h) é talvez a última grande obra da era Embrafilme. Grande, embora modesta. E embora seja uma antifesta, na verdade.
Ali, Ugo Giorgetti dispôs três profissionais para animar uma festa de mansão. Existe um jogador de bilhar (Adriano Stuart), um músico (Jorge Mautner) e um terceiro (Antônio Abujamra). Não importa o que fazem: importa que esperam ser chamados para exercer o seu papel. Um pouco como se espera Godot.
Há, porém, outro aspecto no filme de Giorgetti: entre a festa e os profissionais existe uma divisão não só de andar, mas de classe. O filme não observa essa distância com revolta: como os artistas, parece resignado com as injustiças do mundo.
Com o lugar subalterno destinado, afinal, aos artistas. A quem está em cena, claro, mas também aos cineastas. Logo depois, aliás, Collor os tiraria da festa.
Greg Salibian/Folhapress | ||
O cineasta Ugo Giorgetti, autor de 'Festa', em estreia da peça 'Arte', em São Paulo, em 2012 |
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