'O Corcunda de Notre Dame' faz de catedral de Paris personagem
No domingo (24/4), a Coleção Folha Minha Primeira Biblioteca lançará a adaptação do clássico de Victor Hugo, "O Corcunda de Notre Dame" (R$ 18,90).
A obra é um romance histórico, cujo objetivo inicial era conscientizar as pessoas para a necessidade de se conservar a catedral. Foi lançado com o título "Notre Dame de Paris, 1482".
Angela Müller de Toledo, autora da adaptação, conta como o romance deu força à ideia da reforma do prédio, que teve início em 1845. "A arquitetura, segundo ele, é o melhor terreno da arte, já que em um edifício podem estar reunidos aspectos de todas as manifestações artísticas. Victor Hugo comparou os edifícios aos livros, pois até o século 15 foi o registro principal da humanidade".
Divulgação | ||
Cena do filme 'O Corcunda de Notre Dame', de 1982 |
Angela, que sempre atuou na área da produção cultural para crianças e jovens, enfrentou o desafio de adaptar para as crianças a obra escrita originalmente para adultos. "Colocar-me nessa posição de intermediário entre tão grande autor e o leitor é uma enorme responsabilidade", diz.
O romance de tramas complicadas e de longas descrições da cidade e da arquitetura medieval ganhou uma versão focada em questões mais compreensíveis para a faixa etária da Coleção. "Procurei focar a adaptação nas questões não menos importantes que dizem respeito a sentimentos profundos, muitas vezes ambivalentes, e no preconceito que é tema tão atual", afirma Angela.
O livro foi ilustrado por Adilson Farias, que gosta de desenhar monstros. "Procuro sempre colocar nos traços desses personagens características que lembrem a amizade, a tolerância e a compreensão", ele afirma.
CAOLHO E MANCO
A história se passa em Paris, no ano de 1482. Quasímodo é um rapaz caolho, corcunda e manco, responsável por badalar os sinos da Catedral de Notre Dame, onde vive com o padre Claude Frollo.
Quasímodo pouco saia da catedral porque era maltratado pelas pessoas que se assustavam com a sua feiura. No dia da Festa dos Bufos, ele sai de seu esconderijo, conhece a cigana Esmeralda e por ela se encanta.
A moça alta, de cabelos negros e olhos brilhantes atrai a atenção de outros homens da cidade: a do capitão Phoebus de Châteaupers e do próprio padre Claude Frollo. Na tentativa de conseguir Esmeralda, os três criam situações que terminam por condená-la.
Apesar de ser uma história de injustiças e preconceitos, sem final feliz, "O Corcunda de Notre Dame" retrata diferentes formas de amor, como conta Angela. "Gosto do que envolve as diferentes formas de amar. O amor de Esmeralda é ingênuo, nada vê. O amor de Frollo é possessivo, não admite recusa e leva à loucura. Phoebus não ama. O poeta ama a beleza e Quasímodo ama por gratidão".
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade