CRÍTICA
Sem aprofundar viés crítico, longa fica na sanguinolência
O terror, além de dar medo, é um gênero que também comporta críticas à política, à sociedade e aos comportamentos. "12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição" trata da democracia na era do espetáculo e aborda efeitos da crise global, o que aumenta a expectativa por um filme com ambições acima da média.
O terceiro título da franquia lançada em 2013 com "Uma Noite de Crime" opõe o bem e o mal nos candidatos à presidência dos Estados Unidos no nada distante ano de 2025.
A situação está dominada por uma facção que criou a noite na qual matar é legal e estimulado. Assim, a matança serve ao controle populacional e permite eliminar pessoas consideradas inconvenientes, sobretudo minorias.
Divulgação | ||
Cena do filme "12 Horas Para Sobreviver - O Ano da Eleição" |
Na oposição, uma senadora, sobrevivente de um massacre da noite letal, une excluídos do festim diabólico.
Difícil não ver a referência à atual disputa presidencial norte-americana, com o discurso supremacista de Donald Trump e a simbologia da candidatura de Hillary Clinton, primeira mulher após o primeiro presidente negro.
Mas para aí a capacidade de o filme disparar pensamentos sobre o mundo. O roteirista-diretor James DeMonaco evoca o cinema de John Carpenter e de Walter Hill, mas não insiste em significados.
O filme entra numa espiral convencional limitada ao espetáculo da sanguinolência.
A seu favor, DeMonaco usa uma inventiva concepção visual com máscaras de ícones da história americana e torna Washington um cenário de pesadelo. O impacto das imagens, contudo, só sugere um segundo grau que o filme não alcança e, por isso, frustra.
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