Crítica
'La Vingança' injeta frescor a um subgênero preguiçoso
Divulgação | ||
Cena de 'La Vingança' |
"La Vingança" não é um grande filme. Mas partindo do pressuposto de que estamos no terreno do passatempo, a produção traz algum respiro ao cinema brasileiro.
O filme de Fernando Fraiha pode ser encaixado no subgênero das comédias populares nacionais –parte expressiva das quais se acomoda à linguagem de uma TV ultrapassada, com atores de imagem desgastada, enquadramentos convencionais e piadas de programas de auditório.
"La Vingança" destoa desse padrão. É um filme de estrada que acompanha dois amigos, ambos dublês, que vão a Buenos Aires para se vingar de um chef que se envolveu com a namorada de um deles, Caco (Felipe Rocha). O outro é Vadão (Daniel Furlan), um alucinado.
O cinema brasileiro tem produzido bons "road movies", mas mais em chave dramática. A combinação de comédia e estrada já dá algum frescor a "La Vingança". A trilha sonora irreverente e o uso criativo da câmera reforçam essa busca por originalidade.
Outro mérito é Furlan, ex-apresentador da MTV hoje à frente do canal de YouTube "Falha de Cobertura". É um nome promissor, cujo talento faz com que a comédia pareça um exercício fácil, fluente.
Sua presença contrasta com a de Rocha. Ator notável de teatro, ele não transmite carisma no cinema, o que talvez indique um personagem mal construído no roteiro.
Mais aborrecedor, contudo, é o excesso de piadas envolvendo Pelé e Maradona.
Ainda assim, "La Vingança" é um filme a ser visto com prazer e que, afinal, sinaliza rumos novos para a indústria, em geral, preguiçosa da comédia brasileira.
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