Morto aos 34 anos, Charlie Parker mudou as feições do jazz
Associated Press | ||
O saxofonista Charlie Parker, conhecido como 'Bird', no Billy Berg's Club, em Los Angeles, em 1945 |
Quando o diretor Clint Eastwood decidiu fazer um filme sobre jazz, uma de suas paixões mais ardorosas, o eleito para a cinebiografia foi o saxofonista Charlie Parker (1920-1955). É fácil entender a escolha. Poucos músicos causaram tanta fascinação quanto ele. Para o bem ou para o mal.
A dedicação de Parker para se tornar o maior improvisador da história do jazz foi tão intensa quanto seu mergulho no álcool e na heroína.
Para Carlos Calado, crítico musical e colaborador da Folha, Eastwood enfatiza demais os vícios do jazzista no filme "Bird" (1988), mas faz uma razoável reconstituição da vida do saxofonista.
No texto do nono volume da Coleção Folha Lendas do Jazz, nas bancas no próximo domingo (14), Calado conta como o imenso talento de Parker criou uma idolatria que levou outros músicos ao vício.
No documentário "Celebrating Bird" (1987), o saxofonista Frank Morgan fala sobre como a influência de Parker se estendeu além da essencial colaboração para a criação do bebop, o primeiro estilo moderno do jazz, nos anos 1940.
"Achei que precisava usar heroína para conseguir tocar como Charlie Parker", conta Morgan no filme. O consumo de drogas levou Parker à morte antes que completasse 35 anos, deixando uma curta mas poderosa produção que mudou as feições do jazz.
Com ênfase em suas gravações entre 1949 e 1953, o CD que acompanha o volume da Coleção traz 16 faixas atestam a ruptura nervosa que Parker inseriu no jazz.
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