Wesley Safadão volta a cantar em um evento aberto em São Paulo após quase um ano neste sábado (28), no Espaço das Américas.
Mas é cada vez menos saliente a safadeza na vida do cearense, maior nome do forró eletrônico e um dos mais populares artistas do Brasil.
Safadão, 29, é hoje recatadão. Sempre que pode, define-se como “um homem de família”. Ele e a esposa, Thyane Dantas, têm uma filha e esperam outro, e ambos já disseram desejar prole farta; “um a cada três anos”, se possível.
O músico também tem um filho com Mileide Mihaile, que nesta semana afirmou a programas de TV que ele a traiu ao fim da relação e que teria pedido para reduzir o valor da pensão.
Sites dedicados a celebridades cobriram a briga em detalhes, incluindo um bate-boca no Instagram entre a atual esposa e a ex-sogra de Safadão. Em resposta, ele publicou vídeo em uma rede social no qual se defendeu e chorou.
De acordo com o Diário do Nordeste, a Justiça determinou na sexta (27) que o valor recebido pelo menino suba de R$ 9 mil para R$ 38 mil por mês.
À Folha, Safadão diz se sentir injustiçado. “Procuro ser um pai com P maiúsculo, jamais deixaria faltar nada.”
Esses e outros dissabores não sobem ao palco nos 28 a 30 shows que faz por mês, diz. “O carinho que recebo dos fãs dá forças para fazer meu trabalho.”
Segundo ele, o setlist de hoje será “bem diferente de 2017”, com “muita música nova”.
Bem diferente também está sua vida pessoal. Batizado em 2017 na Igreja Batista da Lagoinha (hoje Ministério de Louvor Diante do Trono), da cantora-pastora Ana Paula Valadão, Safadão tem conexão cada vez maior com a religião.
Em casa, música cristã é a que ele ouve para descontrair. Davi Sacer, expoente do gênero, cantou em seu casamento com Thyane, e o casal é amigo da cantora Daniela Araújo.
Esse processo de “dessafadeza” ainda não resvalou no profissional, mas o público crente já lhe faz demandas.
De um lado, há quem deseje que Safadão agregue ao seu repertório canções de teor religioso, seguindo exemplos como o de Luan Santana, que gravou com a cantora gospel Jamily.
De outro, críticas à mescla entre a religião e o despudor que cerca as músicas e a publicidade do cantor.
Vale lembrar: Safadão ficou famoso como cantor da banda Garota Safada, por volta de 2007. Na carreira solo, popularizou hits como “Aquele 1%”, dos versos: “Tô namorando todo mundo/ 99% anjo, perfeito/ Mas aquele 1% é vagabundo/ Safado e elas gostam”.
E, neste ano, entre outras secularidades, gravou vídeo com uma parcamente vestida Anitta para “Romance com Safadeza”.
Essa mistura de sacro e carnal, afinal, dá jogo?
“Tem gente que critica o fato de eu cantar e ser cristão. Mas não ligo. Estou em lugares onde pastores não conseguem ir. Sinto paz com isso.”
Por ora, só é possível ouvi-lo cantar temas religiosos nas redes, onde às vezes publica vídeos interpretando hits do gênero, quase sempre com a mulher, também iniciada.
Mas o artista não descarta incluir o gospel nos shows, ou mesmo gravar um disco no estilo.
“Se amanhã ou depois, Deus quiser que eu cante outra coisa, em outro lugar, eu canto.”
Safadão tem algo mais em comum com os neopentecostais: conexões com a política.
Em 2016, líderes do Solidariedade (SDD) especularam que o cantor se candidataria a prefeito de Fortaleza (CE), o que não aconteceu.
Sua mãe, Maria Valmira Silva de Oliveira (PSDB), a Dona Bill, foi vice-prefeita de Aracoiaba (CE). Ela foi reeleita em 2016, mas renunciou em 2017, logo após o TSE a devolver ao cargo do qual havia sido cassada por abuso de poder econômico e político.
E, embora a campanha do presidenciável Ciro Gomes (PDT) lhe tenha pedido apoio, o artista diz não saber em quem votar. “Ainda não me decidi.”
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