Descrição de chapéu

Mais do mesmo, 'Johnny English 3.0' irá entreter fãs de Mr. Bean

Filme comprova que uma comédia familiar bem construída ainda tem espaço nos cinemas

Thales de Menezes

Johnny English 3.0 (Johnny English Strikes Again)

  • Quando Estreia nesta quinta (1º)
  • Classificação 12 anos
  • Elenco Rowan Atkinson, Emma Thompsom, Olga Kurylenko
  • Produção Reino Unido, 2018
  • Direção David Kerr

É bem fácil de resumir. Mr. Bean finge ser James Bond. Pela terceira vez. A ideia é simples e continua funcionando. “Johnny English 3.0” prova que uma comédia familiar bem construída ainda tem espaço nos cinemas.

O agente secreto britânico Johnny English já pode ser considerado o terceiro personagem marcante na carreira de Rowan Atkinson, 63. Nos anos 1980, ele personificou em várias temporadas na TV o príncipe Edmund, responsável pelo sucesso da série “Black Adder”, ambientada na Idade Média.

Na década seguinte, sua popularidade pulou do Reino Unido para o mundo inteiro com “Mr. Bean”, no qual seu personagem fazia humor pastelão sem abrir a boca. Uma carinhosa revisão moderna e inglesa dos comediantes do cinema mudo.

A repercussão de “Mr. Bean”, interpretado por ele em séries, filmes e peças de teatro, foi tamanha que Atkinson parecia amarrado ao personagem para sempre. Por isso, o primeiro “Johnny English”, em 2003. foi recebido pela maioria do público como Mr. Bean brincando de 007.

Na verdade, embora English tenha a cara de Bean, seu parentesco maior talvez seja com o Inspetor Clouseau, que Peter Sellers (1925-1980) imortalizou na série de filmes “A Pantera Cor de Rosa”, entre 1963 e 1978. Os dois personagem compartilham extrair seu humor da combinação de extrema estupidez e muita sorte.

O segundo filme de Atinkson como agente secreto trapalhão, “O Retorno de Johnny English” (2011), não é tão engraçado quanto sua estreia no papel. Para esta terceira investida, o roteiro vem mais caprichado e o ritmo de situações engraçadas é fluido, quase ininterrupto.

Na trama, um ataque hacker revela a identidade de todos os agentes do serviço secreto britânico no mundo. Isso deixa o país à mercê de novos ataques, o que obriga a convocação de um agente aposentado, que estava vivendo como professor numa escola no interior da Inglaterra. English interrompe suas divertidas aulas de espionagem para pré-adolescentes e atende ao chamado.

Um gênio milionário e sedutor do Vale do Silício, espécie de Steve Jobs bonitão, oferece seus predicados tecnológicos para ajudar o Reino Unido em crise. A primeira-ministra não só aceita de bom grado a oferta como também se apaixona pelo nerd galã, na verdade cheio de más intenções.

Enquanto isso, English avança suas investigações entre episódios bizarros, como se fingir de garçom e provocar um incêndio no restaurante ou protagonizar uma cena cômica antológica ao experimentar óculos de realidade virtual.

Sem o mínimo esforço, Emma Thompson deixa e rola como a primeira-ministra. Outro (belo) rosto feminino conhecido é o da russa Olga Kurylenko, que foi “Bond girl” para Daniel Craig e agora aparece rebaixada a “English girl” para Atkinson.

O repertório de situações vai de piadas óbvias a algumas bem divertidas e inesperadas. Mas, acima de tudo, o filme depende do imenso carisma do ator.

“Johnny English 3.0” é mais do mesmo. Para entreter satisfatoriamente quem é fã de Mr. Bean.

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