O cartunista e ilustrador francês Tomi Ungerer morreu na madrugada deste sábado (9), aos 87 anos, na Irlanda —segundo informações de seu ex-assessor Robert Walter.
O cartunista foi "um gênio universal, um homem que tinha talento para tudo, amava a literatura. Dizia 'escrevo o que desenho e desenho o que escrevo'", declarou Walter.
Nascido na cidade francesa de Estrasburgo, o artista viveu nos Estados Unidos e no Canadá antes de se instalar na Irlanda nos anos 1970. Ficou famoso em todo o mundo com obras infantis, desenhos de temas eróticos ou satíricos, e cartazes políticos.
Ungerer era engajado politicamente e se dizia contra a segregação racial, a Guerra do Vietnã, a corrida nuclear, a eleição de Donald Trump, entre outros temas polêmicos.
Seus trabalhos somam, ao todo, cerca de 40 mil desenhos. Durante a vida, ele doou muitas peças da sua coleção. Em 1991, por exemplo, deu 4.500 desenhos para a cidade de Estrasburgo. Anos depois, em 2003, doou mais de 3.000 documentos sobre fascismo para a biblioteca da região de sua cidade natal.
Em 2007, doou 1.500 obras da sua biblioteca para um museu dedicado a ele em Estrasburgo. Com acervo de mais de 8.000 desenhos, o espaço cultural alterna as obras expostas a cada quatro meses.
No ano passado, Urgerer recebeu a insígnia de Comandante da Legião de Honra por sua contribuição para "a projeção da França por meio da cultura".
Anos antes, o artista —que se definia como um "pessimista feliz" —disse à AFP que, para ele, "se tivesse que haver um paraíso, seria uma biblioteca".
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