A Jornada Nacional de Literatura, tradicional evento de literatura e formação de leitores que mobiliza milhares de pessoas e que ocorre há mais de 30 anos em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, foi adiada para março de 2020 por causa da crise econômica. Em 2015 o evento foi cancelado pelo mesmo motivo e voltou a ocorrer somente em 2017.
O evento estava marcado para 30 de setembro, mas devido ao cenário pessimista da economia, não poderá ser realizado como estava planejado inicialmente, explica o professor Miguel Rettenmaier, da coordenação do evento promovido pela Universidade de Passo Fundo (UPF) com apoio da prefeitura da cidade. Seria a 17ª edição da Jornada e a 9ª da Jornadinha, para o público jovem.
“Vivemos em momento muito duro, que afeta a cultura. Existe, por parte dos patrocinadores, uma incerteza quanto à economia da atualidade. Isso repercute no nosso trabalho quando esses grupos empresariais não se sentem seguros para aportar dinheiro no projeto. Ao passarmos o evento apara 2020, buscamos um novo ano fiscal com novas possibilidades. Essa mudança está relacionada com a possibilidade de, uma vez terminado esse ano difícil, começar 2020 com algum tipo de elemento promissor”, disse Rettenmaier à Folha.
O professor não citou nomes de patrocinadores que não estariam apoiando mais a Jornada, mas afirmou que a verba do Ministério da Cidadania estava mantida para 2019 e que será enviado um novo projeto atualizado para manter o apoio federal para 2020, essencial para a realização.
A Jornada tem ações contínuas de formação de leitores. Entre elas, a adoção dos livros dos autores convidados para leitura pelos estudantes das escolas de toda a região. Por este motivo, a organização tentará manter os escritores já confirmados. Entre eles estão nomes como Silviano Santiago e Valter Hugo Mãe.
“A Jornada é um projeto permanente de formação de leitores, não é exclusivamente um evento literário. Há etapas. A Jornada está acontecendo desde o início do ano, nunca parou de acontecer. Mas o encontro entre autores e sua recepção é a parte mais onerosa do cronograma e terá que ser adiado”, disse Rettenmaier.
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