Descrição de chapéu Cinema

Rutger Hauer deu vida a androide em famoso monólogo de 'Blade Runner'

Ator fez par com Michelle Pfeiffer em 'O Feitiço de Áquila' e ficou conhecido por papéis sinistros na década de 1980

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo | UOL

O ator holandês Rutger Hauer, que teve uma carreira marcada principalmente pelo papel do vilão Roy Batty no filme “Blade Runner: O Caçador de Androides”, morreu em 19 de julho, aos 75 anos, após uma “breve doença” não especificada. Ele estava em sua casa, na Holanda.

Sua morte só foi confirmada por Steve Kenis, seu agente, à revista Variety nesta quarta-feira.

Hauer começou a atuar nos anos 1960 e ganhou destaque em parcerias com um compatriota, o cineasta Paul Verhoeven. Juntos, eles fizeram os longas “Louca Paixão”, “O Amante de Kathy Tippel” e “Soldado de Laranja”, lançados entre 1973 e 1977.

Logo, Hauer começou a ficar mais conhecido e foi levado a atuar em produções de Hollywood, aparecendo ao lado de Sylvester Stallone em “Falcões da Noite”, de 1981. 

Seu título mais famoso viria no ano seguinte. Na ficção científica noir “Blade Runner”, ele enfrentou Rick Deckard, personagem vivido por Harrison Ford. Ali, viveu o vilão Roy Batty, líder de uma gangue foragida de androides —ou “replicantes”, o termo usado pelo filme.

O longa, que teve direção de Ridley Scott, não foi muito bem nas bilheterias na época, mas ganhou status de cult com o passar dos anos e firmou Rutger Hauer na produção de cinema dos anos 1980. 
O ator escreveu as próprias falas numa das cenas finais do filme —e uma das mais famosas—, em que tem um embate com o personagem de Ford. 

No monólogo, que ficou conhecido na história do cinema pelo nome de “lágrimas na chuva”, o androide vivido por Hauer afirma que viu coisas que os humanos não acreditariam. “Todos esses momentos estarão perdidos com o tempo, como lágrimas na chuva. Hora de morrer.”

Outro de seus papéis mais marcantes veio três anos mais tarde, em 1985, no filme de fantasia “O Feitiço de Áquila”. Na trama dirigida por Richard Donner, ele fez par com a atriz Michelle Pfeiffer. 

Os dois interpretavam um casal amaldiçoado na história —enquanto ela se transformava em um gavião durante o dia, ele virava um lobo durante a noite, o que fazia com que os dois nunca pudessem estar juntos como humanos.

Outro filme de destaque da carreira de Hauer foi “Conquista Sangrenta”, também lançado em 1985, no qual retomou sua parceria com o conterrâneo Paul Verhoeven.

Nos anos seguintes, ele ainda emendaria papéis em “A Morte Pede Carona”, “Fúria Cega”, “Buffy, A Caça-Vampiros” —em geral, interpretando tipos sinistros. Também esteve em “Confissões de uma Mente Perigosa” e “Sin City”.

Uma exceção foi o sem-teto alcoólatra que encontra a redenção em “A Lenda do Santo Beberrão”, do italiano Ermanno Olmi, que ganhou o Leão de Ouro em Veneza. 

Já na TV, o ator holandês apareceu como coadjuvante em títulos conhecidos como “Alias: Codinome Perigo”, “Smallville: As Aventuras do Superboy”, “True Blood” e “The Last Kingdom”. Hauer venceu um Globo de Ouro em 1988, pelo telefilme “Fuga de Sobibor”, e foi indicado novamente ao prêmio, em 1995, por “A Nação do Medo”.

O ator holandês deixa a sua segunda mulher, com quem foi casado durante 5o anos, e uma filha, a atriz Aysha Hauer, fruto de seu casamento anterior com Heidi Merz. 

Ele deixa também um legado nas causas sociais. Hauer foi apoiador do Greenpeace e fundador da ONG Starfish, dedicada à prevenção da Aids.
 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.