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Mix Brasil terá novo filme de Xavier Dolan e premiados em Cannes, Berlim e Veneza

Após corte de patrocínio, festival dedicado à cultura LGBT ficou mais curto e acontece entre 13 e 20 de novembro em SP

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São Paulo

Em meio às incertezas que assombram alguns dos principais festivais de cinema do Brasil —Anima Mundi e Festival do Rio, por exemplo, penaram para garantir novas edições—, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade é mais um que chega a 2019 debilitado, mas não por isso com menos vigor.

A crise que se instalou no cenário cultural do país, com cortes de financiamento público e adoção de mecanismos de censura prévia, inclusive direcionados a temáticas LGBT, também influenciou o Mix, cuja programação é inteiramente dedicada a questões de gênero e sexualidade.

Nos últimos anos, cerca de 40% de seu orçamento vinha do Proac, programa do governo do Estado de São Paulo, que em 2019 não apoiou o festival sob a justificativa de realocação de recursos. Diante do imprevisto, o Mix enxugou seu quadro de funcionários e encurtou dos 11 dias da edição de 2018 para oito —entre 13 e 20 de novembro.

“Eles nos tiraram da linha de patrocínio, não foi um acaso”, afirma uma das diretoras do Mix, Josi Geller, que acredita que o corte foi motivado pela temática do festival.

“O panorama cultural do país é o pior possível. Quando você decide cortar [patrocínios], você não entende que o cinema faz parte de algo muito maior, que emprega milhares de pessoas”, diz. “Sabemos que o cenário não é bom, mas também estou vendo o renascer de muitos cineastas, todos buscando novas formas de financiamento e produção.”

A não desistência de quem trabalha no setor é justamente o mote do 27º Mix Brasil, baseado na palavra persistência, que dá continuidade ao (R)Existo do ano passado.

Ela guia os cerca de 110 filmes de 26 países que compõem a seleção deste ano, além das atrações de teatro, música, literatura e games que engrossam a programação. E mesmo com as adversidades, a seção cinematográfica está robusta, ancorada por nomes de peso.

O maior deles talvez seja Xavier Dolan. Queridinho do cinema queer, o canadense dirige “Matthias e Maxime”, drama exibido em Cannes sobre dois jovens que podem ter mais do que uma simples amizade.

Se juntam a ele o também inédito no Brasil “O Príncipe”, de Sebastián Muñoz, que recebeu o Leão Queer em Veneza, “Então Nós Dançamos”, que tenta uma vaga para a Suécia no Oscar, e “O Chão Sob Meus Pés”, exibido em Berlim.

“Breve História do Planeta Verde”, de Santiago Loza, premiado com o Teddy em Berlim, também é destaque.

A abertura, somente para convidados, é quando o vencedor da última Palma Queer e do prêmio de roteiro em Cannes, “Retrato de uma Jovem em Chamas”, de Céline Sciamma, será projetado.

Acompanha esses títulos uma seleção dedicada à Holanda, que inclui a websérie “Anne+”, cuja protagonista marca presença no festival.

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