Mulheres, jovens e pessoas altamente escolarizados. Estes são os perfis que dominam dois dos principais eventos de literatura do Rio de Janeiro, a Bienal e a Flup (Festa Literária das Periferias), de acordo com a pesquisa Retratos da Leitura na Flup e na Bienal do Livro do RJ 2019.
O levantamento traça um perfil de seus públicos, além de analisar seus hábitos de leitura. No caso da Bienal, foi conduzida entre 29 de agosto e 8 de setembro com 1.000 pessoas. Na Flup, foram 600 entrevistados entre 16 e 20 de outubro.
A pesquisa mostra que em ambos os eventos a predominância é de jovens e de pessoas mais escolarizadas.
Na faixa etária dos 18 aos 24 anos estão 31% dos visitantes da Flup 2019 e 20% dos da Bienal. Em sequência etária aparecem as faixas de 25 a 29 anos (16% e 13%), 30 a 39 (24% e 18%), 40 a 49 (12% e 14%) e 50 anos ou mais (13% e 12%). Antes disso vêm aqueles com 10 a 17 anos (4% e 13%).
Já no que diz respeito à formação dos visitantes, os que têm apenas ensino fundamental representam 3% (Flup) e 7% (Bienal); ensino médio, 21% e 31%; e ensino superior, 76% e 61%. Os dados contrastam com o perfil da população brasileira: 50%, 34% e 17%, respectivamente.
No caso da Flup, os frequentadores são majoritariamente pretos (46%), seguidos dos brancos (28%) e dos pardos (21%) —amarelos, indígenas e pessoas que não declararam representam 5%.
Quanto à classe econômica, 68% pertencem à C, D e E, enquanto 31% são da classe B e 1%, da A. Na Bienal, quem predomina é a classe B (56%), à frente de C, D e E (32%) e A (13%).
O levantamento também analisou os hábitos dos entrevistados, como as médias de obras lidas nos últimos três meses. Estas foram de 6,6 na Bienal e 7,9 na Flup, muito superiores aos 2,5 livros consumidos pelos questionados na pesquisa Retratos da Leitura 4ª Edição, que traçou o perfil do leitor médio brasileiro.
Entre as escolhas literárias de quem frequentou a Bienal do Rio estão autores como J. K. Rowling, Julia Quinn, George R. R. Martin, Dan Brown, Machado de Assis e Alan Kardec. Os livros mais citados foram a Bíblia, "O Diário de Anne Frank", a série "Harry Potter" e "A Sutil Arte de Ligar o F*da-se".
Mas o pódio da Bienal destoa daquele obtido na Flup 2019. Na feira voltada para a periferia os mais lidos foram nomes como Angela Davis, Lázaro Ramos, Clarice Lispector, Maya Angelou, José Saramago, Chimamanda Ngozi Adichie e a colunista da Folha Djamila Ribeiro.
A preferência por autores negros também é observada na lista de títulos mencionados, que inclui "Na Minha Pele", "Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano" e "Quem Tem Medo do Feminismo Negro?".
A margem de erro das pesquisas é de três pontos percentuais para mais ou para menos, no caso da Bienal, e de quatro pontos para a Flup.
Mais lidos
Autor do último livro lido na Bienal 2019
- J. K. Rowling
- Augusto Cury
- George R. R. Martin
- Dan Brown
- Machado de Assis
- Stephen King
- Graciliano Ramos
- Zibia Gasparetto
- Alan Kardec
- C. S. Lewis
- J. R. R. Tolkien
- John Green
- Julia Quinn
- Mark Manson
- Friedrich Nietzsche
- George Orwell
Autor do último livro lido na Flup 2019
- Djamila Ribeiro
- Angela Davis
- Machado de Assis
- Grada Kilomba e Jess Oliveira
- Lázaro Ramos
- Clarice Lispector
- Augusto Cury
- Graciliano Ramos
- Anne Frank
- Chimamanda Ngozi Adichie
- Jorge Amado
- José Saramago
- Laurentino Gomes
- Paulo Coelho
- Stephen Edwin King
- Ana Maria Gonçalves
- Bell Hooks
- Carolina Maria de Jesus
- Conceição Evaristo
- Frantz Fanon
- George Orwell
- Luiz Antônio Simas
- Maya Angelou
- Michel Foucault
- Octavia E. Butler
- Paulo Vieira
- Yuval Noah Harari
- Zíbia Gasparetto
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