Descrição de chapéu Obituário Neil Peart (1952 - 2020)

Neil Peart, baterista do Rush, morre aos 67 anos

Músico foi diagnosticado há três anos com câncer no cérebro, segundo revista

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São Paulo

O baterista e principal letrista do Rush, Neil Peart, morreu na última terça (7), aos 67 anos, na cidade de Santa Monica, na Califórnia. A informação foi divulgada nesta sexta (10), pela Rolling Stone.

Segundo a revista americana, Peart morreu em decorrência de um câncer no cérebro. Um representante da família disse que ele havia sido diagnosticado com a doença há três anos.

O baterista Neil Peart, da banda Rush - Divulgação

A morte de Peart foi lamentada nas redes sociais do Rush. "Temos que compartilhar esta notícia terrível, de que na última terça nosso amigo, irmão de alma e companheiro de banda por mais de 45 anos, Neil, perdeu uma batalha incrivelmente dura, por três anos e meio, contra um câncer no cérebro."

O comunicado pede aos fãs e à imprensa que respeitem a privacidade da família no momento difícil. A quem quiser expressar seus sentimentos pelo baterista, o Rush indica fazer uma doação, sob o nome de Peart, a qualquer instituição de caridade ou grupo de pesquisas sobre câncer.

Nascido em setembro de 1952, em Ontário, no Canadá, Neil Peart era conhecido pela virtuosidade como instrumentista, sendo um dos bateristas mais importantes da história do rock. Ele começou a tocar na adolescência, e era fã de Keith Moon, lendário baterista do The Who.

Peart entrou para o Rush em 1974, no lugar do então baterista John Rutsey. Ao lado do vocalista e baixista Geddy Lee e do guitarrista Alex Lifeson, ele participou da transformação que fez do trio uma das bandas mais influentes no rock progressivo e no heavy metal das décadas seguintes.

Peart também era fã de literatura. O baterista "devorava" livros de Gabriel Garcia Márquez e Ernest Hemingway. Também já escreveu diversas obras e publicou artigos e contos. A influência dos escritores foi passada para as letras introspectivas e intimistas que o músico fez para o Rush.

Entre os bateristas influenciados por Peart estão gigantes como Lars Ulrich, do Metallica, Mike Portnoy, do Dream Theater, e Stewart Copeland  , do The Police. Um dos pontos altos dos shows do Rush, inclusive, eram os solos de bateria, que poderia durar mais de dez minutos.

Além de influências de bateristas de rock, como Moon e John Bonham, do Led Zeppelin, com o passar do tempo, Peart começou a se interessar por jazz. Nos anos 1990, já considerado um dos maiores bateristas do rock, ele estudou jazz com Freddie Gruber, baterista que havia tocado com Charlie Parker.

Com um estilo técnico e preciso, Peart viveu seu auge nos anos 1970 e 1980, na era clássica do rock. Entre 1975, com "Fly by Night", e 2012, com "Clockwork Angels", o baterista lançou 18 discos de estúdio com o Rush, angariando sete indicações ao Grammy.

Em agosto de 1997, Peart perdeu sua única filha, Selena, de 19 anos, em um acidente de carro. Menos de um ano depois, em junho de 1998, sua mulher, Jaqueline Taylor, morreu vitimada por um câncer.

Na época, ele chegou a dizer aos companheiros de banda que iria se aposentar, e embarcou numa viagem de moto sem rumo pelos Estados Unidos. Peart registrou esse período no livro "Ghost Rider - A Estrada da Cura", lançado em 2002 no exterior e em 2014 no Brasil.

Os dramas pessoais obrigaram o Rush a parar por um longo período e a imprensa internacional chegou a anunciar o fim da banda. Em setembro de 2000, o baterista se casou novamente, com a fotógrafa Carrie Melissa Nuttall, e o trio voltou às atividades em 2001.

Peart subiu ao palco com o Rush pela última vez em 2015, na turnê que marcou a despedida da banda da estrada. O baterista deixa a mulher, Carrie, e a filha, Olivia, além de uma legião de fãs.

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