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Aproveite a quarentena por coronavírus para começar a jogar games

Período de isolamento é boa oportunidade para dar os primeiros passos em jogos e consoles

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Um meme mostra um jogador de videogame diante de uma tela. “Antes da quarentena”, diz a legenda. Logo abaixo, exatamente a mesma imagem, agora com a frase “durante a quarentena”.

A piada, com um fundo de verdade, circulou nas redes sociais de jogadores. Assim como os serviços de streaming e a televisão, o consumo de videogame disparou na quarentena. O isolamento social é a chance de muitos experimentarem pela primeira vez games mais complexos. Afinal, videogame comporta algumas das narrativas contemporâneas mais instigantes e especialistas recomendam aprender coisas novas para estimular a mente.

O primeiro passo é entender quais plataformas estão à disposição. É possível jogar no smartphone, tablet, computador, console, sendo os dois últimos os mais vocacionados às experiências imersivas.

Entendido o que se tem, a próxima etapa é lavar as mãos. Dedos engordurados são inimigos antigos dos joysticks, agora há um certo incentivo extra de higienização.

Superada essa etapa, o próximo empecilho é o léxico. O jargão não só é tomado pelo inglês (como o termo "quest", missão a ser desempenhada), mas também aparece em siglas ("DLC", por exemplo, significa downloadable content, conteúdo extra de expansão disponível para baixar) e contrações ("shump" se refere à expressão "shoot'em up", subgênero de ação em que se deve atirar em tudo e todos).

Esta jovem mídia inserida desde o berço na globalização adotou o inglês como idioma no Ocidente.

Por mais que tenham opções de idioma e legenda, os títulos dos jogos não são traduzidos, gerando até momentos embaraçosos nas narrativas. Quem jogou "Death Stranding" em português se deparou com um monólogo a respeito do vocábulo strand. Se quiser ver o lado cheio do copo, eis uma ótima forma de exercitar outro idioma –dá para colocar "Destiny 2" com áudio em francês e legendas em espanhol, por exemplo.

Aliás, a mais famosa gíria é "game over", o símbolo da maior barreira dos iniciantes. Pode parecer banal, mas jogar é lidar com a frustração da derrota, que fica escrachada na tela. Um chute no ego, às vezes até nos jogadores mais rodados.

Não desista. Considere que a memória muscular dos comandos se desenvolve na prática. Cada jogo tem uma curva de aprendizado, assim como o videogame em si. Se for necessário apertar o botão X, os experientes fazem naturalmente; novatos terão de procurar no controle. É como aprender a dirigir, uma hora você começa a trocar de marcha quase sem pensar.

Há jogos como "Gone Home", "Journey" e "Night in the Woods" em que não há como perder. No máximo, você trava numa parte. Se ficar muito complicado, busque na internet --um youtuber ou site provavelmente já postou um passo a passo.

Muitos títulos oferecem opções de acessibilidade, sendo a regulagem da dificuldade a mais típica. Não tenha receio de colocar na alternativa mais tranquila. Jogos como "Celeste" disponibilizam um modo de ajuda para a pessoa escolher as facilidades. O ideal é equilibrar entre o intransponível e o entediante.

A pressão aumenta quando há outras pessoas ao redor, mesmo nos títulos não competitivos. Não perca a esportiva. Sendo esta uma mídia interativa, é quase inevitável ouvir pitacos de quem está do lado, vendo ou jogando junto. Vale “pula, pula agora”, “vai lá”, “entra e se esconde”, entre outros. É parte da graça.

Os jogos online têm um componente extra, o anonimato. Somado ao sangue quente, isso gera uns desaforos pesados. Obras que reúnem milhões, como "League of Legends", punem quem perde a linha. Não que isso sirva de consolo depois que os impropérios são absorvidos. O caminho é não dar bola, dar mute nos babacas.

Se a experiência online é o seu caminho, cheque sua conexão à internet. Verifique se outros dispositivos estão fazendo uso intensivo da rede ao mesmo tempo e dê preferência para conexão à cabo, mais estável que o wi-fi.

Problemas superados, chegou a hora de escolher o jogo. Videogame é uma mídia diversa, tanto na estética, quanto na jogabilidade. Veja trailers, teste demonstrações gratuitas e leia resenhas antes de investir. Não que haja garantias --jogue o primeiro livro. Quem nunca errou em uma escolha de leitura? Olhe também a classificação indicativa sempre que a jogatina envolver crianças e adolescentes.

Quer jogar em família? Dê uma olhada na cozinha insana de "Overcooked", nas corridas caóticas de "Mario Kart" e "Crash Team Racing" ou nas experiências curtas e diversificadas de "Mario Party". Se a pedida é solitária tem "Limbo", "The Last of Us" e "Ori". O isolamento social é físico, então dá para socializar online com "Animal Crossing" e "World of Warcraft". Para exercitar o corpo, vá de "Just Dance", "Fitness Boxing" e "Dance Central".

Quem está em dúvida e prefere o modelo Netflix, há serviços de assinaturas, como o Xbox Game Pass, Apple Arcade e Origin Access. Aos que preferem evitar desembolsos, tem os gratuitos como "Warframe", "Brawlhalla", "Paladins", "Fallout Shelter", "Hearthstone" e o fenômeno cultural "Fortnite". Preste atenção, existem compras dentro dos games. Seja qual for a escolha, divirta-se, e boas vindas.

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