Morre Wallace Roney, trompetista que tocou com Miles Davis, por Covid-19

Estrela do jazz e vencedor de Grammy, o músico também tocou com Herbie Hancock e Dizzy Gillespie e tinha 59 anos

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Mais um instrumentista de destaque do jazz morreu em decorrência do novo coronavírus. Wallace Roney, trompetista que se apresentou várias vezes no Brasil, morreu nesta terça-feira (31), aos 59 anos.

Durante a carreira, Wallace Roney tocou com Dizzy Gillespie, Duke Ellington e Miles Davis, que foi seu professor. Ele também acompanhou gente como Clark Terry, McCoy Tyner, Sonny Rollins e Herbie Hancock.

O trompetista americano de jazz Wallace Roney em show no Bourbon Street - Dino Perrucci/Divulgação

“Estou triste em confirmar que o icônico trompetista e lenda do jazz Wallace Roney morreu devido a complicações da Covid-19, nesta manhã, logo antes do meio-dia”, escreveu Lydia Liebman, assessora do músico. “A família está em busca de uma cerimônia de velório para honrar Wallace e sua contribuição musical depois que esta pandemia passar. Por favor, respeitem a privacidade deles nesse momento.”

Roney nasceu na Filadélfia em maio de 1960. Ele aprendeu a tocar com gigantes como Clark Terry e Dizzy Gillespie, antes de firmar parceria com Miles Davis a partir de 1985. Eles tocaram juntos até a morte da lenda do jazz, em 1991.

Pela influência de Davis em sua obra, Roney foi quem tocou trompete ao lado dos integrantes remanescentes do quinteto de Davis no disco “A Tribute to Miles”, de 1994. A banda que gravou o álbum —vencedor de um Grammy de melhor performance de jazz instrumental— contava com Herbie Hancock, Wayne Shorter, Tony Williams e Ron Carter.

Em entrevista à Folha em 2017, Roney falou sobre a música brasileira. “A música brasileira para mim é como o jazz. Bonitas melodias, bonitas harmonias, lindos ritmos, é jazz. Eu amo a música brasileira.”

Ele também fez elogios a músicos brasileiros. “Conheço Lilian Carmona, ótima baterista; Cláudio Roditi, excelente músico; e outros que também são geniais, como Milton Nascimento e Hermeto Pascoal.”

Recentemente, outros nomes do jazz morreram devido à Covid-19, entre eles o saxofonista camaronês Manu Dibango.

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