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Rubem Fonseca escreveu romances e contos; veja seus dez livros essenciais

Escritor, que publicou clássicos da literatura brasileira como 'A Grande Arte' e 'Feliz Ano Novo', morreu aos 94 anos

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São Paulo

Morto na tarde desta quarta (15), o escritor Rubem Fonseca deixou uma obra farta, incluindo romances, contos e poesias. Ele tinha 94 anos e estava no Rio de Janeiro, onde vivia, quando sofreu uma parada cardíaca.

Abaixo, veja um seleção de dez obras essenciais do escritor, de clássicos como "O Cobrador" e "A Grande Arte", passando pelos contos de "Feliz Ano Novo", os romances "Bufo & Spallanzani" e "Agosto" até "Amálgama", coletânea que ganhou um prêmio Jabuti em 2014.

‘A Coleira do Cão’ (1965)

Segundo livro com contos do autor, foi inspirado pela experiência profissional de Fonseca, que foi delegado de polícia. Destaca o cenário de injustiça social do Rio de Janeiro a partir do delegado Vilela, novato que tenta entender o sistema da polícia em meio a uma investigação de múltiplos homicídios.

‘Lúcia McCartney’ (1967)

Seu terceiro livro de contos, ganhou o primeiro lugar do 2º Concurso Nacional de Contos do Paraná, em 1969, e já rendeu um filme (“Lúcia McCartney, uma Garota de Programa”) e uma minissérie (“Lúcia McCartney”, na GNT). Reúne 19 contos com personagens e histórias de grandes cidades como a garota de programa que dá título ao livro e a narração em tempo real de uma luta de vale-tudo, em “Desempenho”.

‘O Caso Morel’ (1973)

Seu primeiro romance, é uma referência na obra de Fonseca. Nele, Paul Morel, pseudônimo de Paulo Morais, é um artista bem-sucedido que, preso, se descobre escritor. Vilela, um ex-advogado e ex-comissário de polícia, além de escritor em crise, recolhe os escritos de Paulo em visitas à cadeia. Lugar de fato e ficção se confundem no desenrolar do “caso Morel”, em que o pintor é suspeito de ter cometido um assassinato.

‘Feliz Ano Novo’ (1975)

Proibido pela ditadura militar em 1976 —por “exteriorizar matéria contrária à moral e aos bons costumes”—, quando já era best-seller, o livro só foi liberado após o fim do regime. "Feliz Ano Novo" reúne cinco contos com o estilo que consagrou Fonseca, com os personagens urbanos e do submundo dos quais ele gostava de tratar, como um milionário que atropela pessoas de noite.

‘O Cobrador’ (1979)

Em quase todos os contos do livro, as histórias são narradas pelo personagem principal, entre eles o advogado culto em “Mandrake” e um soldado em “A Caminho de Assunção”. No conto que dá nome ao livro, um dos mais importantes de Fonseca, um homem resolve cobrar do mundo tudo o que o mundo supostamente lhe deve —“colégio, namorada, aparelho de som, respeito”.

‘A Grande Arte’ (1983)

Neste romance, sua paródia da literatura noir, Fonseca retorna ao advogado Mandrake, que tenta desvendar o assassinato de uma prostituta e tem como único indício a caligrafia da letra P marcada com faca na testa da vítima. O submundo do Rio de Janeiro, assim como o desejo sexual e os círculos da alta sociedade, marcam a realidade ultraviolenta retratada por Fonseca. Rendeu, em 1991, um filme homônimo dirigido por Walter Salles.

‘Bufo & Spallanzani’ (1986)

O narrador e protagonista do romance é Ivan Canabrava, um escritor solitário e com a sexualidade aflorada, que revê a própria vida e o assassinato da grã-fina Delfina Delamare, por quem ele nutria uma paixão. Uma traição ao marido pode ter motivado o crime, uma das maiores investigações da carreira de Guedes, o policial à frente do caso. Em 2001, o romance rendeu um filme homônimo, de Flávio Tambellini.

‘Agosto’ (1990)

Fonseca mistura realidade e ficção ao narrar os fatos que levaram ao suicídio do presidente Getúlio Vargas, em agosto de 1954. Os acontecimentos na política acabam se entrelaçando com a investigação de um milionário envolvido em negociatas. Em um ambiente de corrupção e violência, o honesto comissário de polícia Alberto Mattos é quem cuida do caso.

Gregório Fortunato, chefe da guarda pessoal do presidente que planejou atentado contra o adversário político Carlos Lacerda, além do próprio Lacerda e de Vargas, são alguns dos personagens reais que aparecem no romance, que ainda retrata bicheiros, empresários, macumbeiros, políticos, policiais e dondocas, entre outros.

‘Romance Negro e Outras Histórias’ (1992)

Fonseca retorna aos contos 13 anos depois de “O Cobrador” e 17 depois da consagração com “Feliz Ano Novo”. O livro reúne sete histórias diferentes, como é frequente em sua obra, destacando investigações e mistérios no Rio de Janeiro. Os protagonistas de quatro dos sete contos são escritores, e neles Fonseca explora algumas características da vida como autor.

‘Amálgama’ (2013)

Trinta e quatro textos compõem esta coletânea, que traz como novidade alguns poemas de Fonseca. Ele também passeia por contos, prosa poética e poesia narrativa em histórias repletas de crueldade, que vão de um pai que planeja matar o próprio filho por amor até um entregador que decide punir as pessoas que ele considera ruins, além de um assassino de aluguel culto, entre outros personagens. O livro rendeu a Fonseca um prêmio Jabuti em 2014, na categoria de contos e crônicas.

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