Prêmio Camões vai para o acadêmico português Vítor Aguiar e Silva

Um ano depois de premiar Chico Buarque, troféu mais importante da língua portuguesa escolhe professor

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São Paulo

O escritor português Vítor Aguiar e Silva foi o vencedor deste ano do prêmio Camões, a mais importante distinção pelo conjunto da obra da literatura em língua portuguesa.

Com uma carreira acadêmica ligada às universidades do Minho e de Coimbra, onde obteve doutorado em literatura portuguesa, Aguiar e Silva se especializou em obras de teoria literária e no estudo de autores clássicos, em especial o autor de "Os Lusíadas" que nomeia o prêmio.

O pesquisador de 81 anos foi, aliás, um dos fundadores do Instituto Camões, voltado à promoção da língua portuguesa no exterior. A Leya editou no Brasil seu último livro, "Dicionário de Luís de Camões".

vitor aguiar
O professor Vítor Aguiar e Silva - Universidade de Coimbra

O júri do prêmio reconheceu "a importância transversal da sua obra ensaística e o seu papel ativo relativamente às questões da política da língua portuguesa e ao cânone das literaturas de língua portuguesa", segundo a imprensa de Portugal.

Aguiar e Silva é uma voz ativa contra o acordo ortográfico de 2009, que buscou aproximar a escrita do português em países lusófonos.

Já que tem o propósito de celebrar de forma igualitária os escritores que usam o idioma, o Camões tem uma tradição de revezar autores portugueses, brasileiros e de países da África lusófona.

No ano passado, o vencedor foi o escritor, cantor e compositor Chico Buarque —que aceitou a distinção por vídeo, em abril, após dizer que a recusa do presidente Jair Bolsonaro em assinar seu diploma era "um segundo prêmio Camões".

Outros ganhadores brasileiros foram Raduan Nassar, três anos antes de Chico, Lygia Fagundes Telles Ferreira Gullar, Rubem Fonseca e Dalton Trevisan. Também já venceram o angolano Pepetela, o moçambicano Mia Couto e os portugueses José Saramago e António Lobo Antunes —o último conterrâneo de Aguiar e Silva a vencer foi Manuel Alegre, em 2017.

Criado há 32 anos pelos governos do Brasil e de Portugal, o prêmio concede ao vencedor 100 mil euros divididos entre os dois países. O júri foi composto pelos brasileiros Antonio Cícero e Antonio Carlos Hohlfeldt, os portugueses Clara Rowland e Carlos Mendes de Sousa e, representando a África lusófona, Tony Tcheka e Nataniel Ngomane.

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