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Morre Jean-Paul Belmondo, astro da nouvelle vague e ator-fetiche de Godard

Ator participou de 80 filmes, incluindo alguns papéis inesquecíveis do cinema francês, como em 'Acossado'

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AFP

O ator francês Jean-Paul Belmondo, um dos intérpretes mais consagrados do cinema francês, morreu nesta segunda-feria (6), em sua residência de Paris, aos 88 anos, anunciou seu advogado à AFP.

"Estava muito cansado havia bastante tempo. Ele morreu tranquilamente", disse o advogado Michel Godest.

Belmondo participou de 80 filmes, incluindo alguns papéis inesquecíveis, como em "Acossado", de 1960, ou "O Homem do Rio", de 1964, trabalhando com diretores como Godard, François Truffaut, Philippe de Broca, Louis Malle.

O ator, que nasceu em abril de 1933 no rico subúrbio parisiense de Neuilly-sur-Seine, cresceu numa família de artistas. Seu pai era um escultor conhecido, Paul Belmondo.

Ele começou sua carreira no teatro, antes de embarcar em uma carreira no cinema que duraria meio século, com um total de 130 milhões de ingressos de cinema vendidos. Conhecido na França como "Bebel", Belmondo também era frequentemente chamado de "Le Magnifique", em homenagem a uma sátira de agente secreto dos anos 1970 em que estrelou.

Jean-Paul Belmondo em Paris, em foto de 2019 - Sameer Al-Doumy/AFP

No final dos anos 1950, Belmondo chamou a atenção de um jovem crítico da revista Cahiers du Cinéma, Jean-Luc Godard, que preparava um curta-metragem, "Charlotte e Seu Namorado", conta o Le Monde.

Daí nasceria a parceria que gerou filmes como "Acossado" e "O Demônio das Onze Horas".

Belmondo estrelou o primeiro longa de Godard, "Acossado". Para o crítico da Folha Inácio Araújo, em texto escrito em 2018, o filme tirou as amarras do cinema, com uma equipe composta por jovens —entre eles Belmondo—, novos no ramo, que acompanhavam o diretor em seu desejo de tirar o cinema da rigidez do estúdio, do roteiro, das regras fixas, parajogá-lo em contato direto com o mundo real.

Em "Acossado", Belomondo é o gângster Michel Poiccard, que rouba um carro, mata um policial, foge e namora uma jornalista americana foi recebido de boca aberta pelo mundo do cinema.

Em "O Demônio das Onze Horas", é Ferdinand, par romântico de Marianne (Anna Karina). Os dois fogem para viver um romance. Em vez de uma trama encadeada e linear, o diretor busca descrever a vida, as relações humanas, a música e a poesia.

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