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Mix Brasil terá 'Benedetta', filme de Paul Verhoeven com sexo entre freiras lésbicas

Evento dedicado à diversidade sexual e de gênero também terá os vencedores da Palma Queer e do prêmio do júri do Teddy

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São Paulo

Pelo segundo ano consecutivo, a pandemia de coronavírus impediu que São Paulo tivesse sua tradicional Parada do Orgulho na avenida Paulista. Mas isso não quer dizer que os LGTBQIA+ da cidade não se encontrarão ainda em 2021. Outra tradição colorida da capital paulista, o Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade vai acontecer de forma híbrida a partir de 10 de novembro.

É com uma sessão presencial que o evento gratuito, voltado a filmes, peças, shows, livros e outras atrações que discutem diversidade sexual e de gênero, abre sua 29ª edição, que se estende até o dia 21 de novembro.

"Benedetta", de Paul Verhoeven, foi o escolhido para o pontapé inicial, sugerindo uma tradição de filmes francófonos puxando a programação do Mix Brasil —no ano passado, François Ozon e seu "Verão de 85" foram destaques, enquanto em 2019, Xavier Dolan chamou o público com "Matthias e Maxime".

Virginie Efira em cena do filme "Benedetta", de Paul Verhoeven, exibido no Festival de Cannes
Virginie Efira em cena do filme "Benedetta", de Paul Verhoeven, exibido no Festival de Cannes - Divulgação

Exibido no último Festival de Cannes, "Benedetta" acompanha uma freira do século 17 que começa a ter visões religiosas e eróticas que a perturbam. Ela é, então, auxiliada por uma outra freira, com quem desenvolve uma relação amorosa intensa e carnal.

Adaptado de um livro pelo provocateur Verhoeven, holandês que tem no currículo de "RoboCop: O Policial do Futuro" a "Elle", o longa foi visto na Riviera Francesa, em julho, como uma história calculada para criar escândalo, com seu cartaz que exibe uma freira com os seios de fora e várias cenas de sexo explícitas.

Também é destaque do Mix Brasil o francês "A Fratura", de Catherine Corsini, que passou na frente de "Benedetta" e arrematou a Palma Queer, prêmio para tramas com temática LGBTQIA+ em Cannes. Nele, duas mulheres que estão prestes a se separar precisam ir ao hospital numa noite de protestos enfurecidos dos coletes amarelos.

Já o documentário "Instruções de Sobrevivência", coprodução entre Alemanha e Geórgia que levou o último prêmio do júri do Teddy —seção pró-diversidade do Festival de Berlim—, acompanha Alexandre, que por ser constantemente submetido à transfobia de seu país natal, decide com a namorada migrar para um local mais seguro.

Ao todo, são 21 filmes estrangeiros no lineup. Dos Estados Unidos vêm "Being BeBe - A História de BeBe Zahara Benet", de Emily Branham, "O Canto do Cisne", de Todd Stephens, e "Potato Sonha com a América", de Wes Hurley. A Alemanha também aparece em peso com "Bliss", de Henrika Kull, "Boy Meets Boy", de Daniel Sánchez Lopéz, "Genderation", de Monika Treut, e "Gendernauts", da mesma diretora —o único título que não é inédito no Brasil, vencedor do Teddy em 1999 e exibido como complemento a "Genderation".

Ainda da Europa vêm o romeno "Campo de Papoulas", de Eugen Jebeleanu, o norueguês "Hello World", de Kenneth Elvebakk, o francês "Os Amores de Anaïs", de Charline Bourgeois-Tacquet, o espanhol "Sedimentos", de Adrián Silvestre, e o britânico "Sweetheart", de Marley Morrison. A Coreia do Sul se faz presente com "Um Lugar Distante", de Park Kun-young, que venceu o prêmio do júri no Outfest Los Angeles, e o Canadá, com "No Ritmo da Vida", de Phil Connell.

A América Latina é representada pelo colombiano "Leading Ladies", de Ruth Caudeli, e os argentinos "Canela", de Cecilia Del Valle, e "Esse Fim de Semana", coprodução com o Brasil dirigida por Mara Pescio. Os brasileiros também fecharam parceria com o Panamá em "Wigudun, Alma de Dois Espíritos", de Fernando Muñoz e Raphael Salazar.

Outros 80 curtas que integram a programação já haviam sido anunciados anteriormente, bem como os longas nacionais. Na mostra Competitiva Brasil, estão "A Primeira Morte de Joana", de Cristiane Oliveira, "Até o Fim", de Glenda Nicácio e Ary Rosa, "Deus Tem Aids", de Fábio Leal e Gustavo Vinagre, "Madalena", de Madiano Marcheti, "Máquina do Desejo", de Joaquim Castro e Lucas Weglinski, "Vênus de Nyke", de André Antônio, e "Deserto Particular", de Aly Muritiba, que tenta uma vaga para o Brasil no próximo Oscar.

Alguns títulos do Mix Brasil deste ano serão disponibilizados online, enquanto outros ganharão sessões no Cinesesc, no Centro Cultural São Paulo, o CCSP, e no MIS, o Museu da Imagem e do Som. O resto da programação, que inclui música, palestras, o tradicional "Show do Gongo" e as peças "Ele", "O que Resta?", "O Silêncio Anuncia o Grito ou Voz Bixa", "Sobrevida" e "Venganza: Pega Homem?", ocupa o teatro Paulo Eiró, o Centro Cultural da Diversidade e as plataformas digitais.

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