Boné do MST vira nova camisa de Che Guevara e é acusado de gourmetização

Próprio movimento se pronunciou, dizendo que comprar o acessório é apoiar a entidade, e diz que ele teve alta de vendas

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São Paulo

O MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, foi alvo de mais uma controvérsia na semana passada. Desta vez, no entanto, não era a luta pela reforma agrária que estava em pauta, mas o boné com o logotipo do movimento, que incentivou diversos debates nas rede sociais.

Eleições Presidenciais, 2006: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição pelo PT, usando boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), durante comício no primeiro turno das eleições, em Feira de Santana, na Bahia - Rodrigo Paiva - 16.set.2006/Folhapress

Isso porque uma usuária do Twitter criticou uma suposta "gourmetização" do boné, dizendo que ele acabou se dissociando do seu significado original ao virar um "acessório para ir para a balada". "Não, fia, vocês que não são do MST usando esses bonés do MST, eu não me aguento não", dizia a publicação, deletada na conta original mas resgatada por veículos como UOL, O Globo e Fórum.

É o que alguns críticos culturais dizem ter acontecido, por exemplo, com o revolucionário Che Guevara, que teria tido seu rosto reduzido a uma estampa de camisetas, canecas e outros itens típicos de lojinhas de suvenir.

A resposta à polêmica veio do próprio MST. No seu perfil oficial no Instagram, o movimento publicou um compilado de fotografias em que artistas como Chico Buarque, Lázaro Ramos e Alinne Moraes usam o boné vermelho emblemático.

"Você sabia que ao usar o boné do MST e outros símbolos e produtos de luta do Povo Sem Terra, também está apoiando a luta pela Reforma Agrária?", pergunta o perfil, elencando então outros produtos do movimento vendidos na Rede de Armazéns no Campo, como camisetas, bolsas, canetas, além dos alimentos cultivados nas terras ocupada pelo movimento.

Segundo o coordenador dessa rede de lojas, Ademar Ludwig, o episódio fez explodir a venda dos bonés. Em entrevista ao jornal O Globo, ele afirmou que, a expectativa é que até o fim de março eles tenham vendido cerca de 3.000 unidades do item, quando a média mensal é de 600 a 700. Além disso, na esteira dele, foi criado um site exclusivo para a venda do item, bonedomst.com. "Boné do MST", diz o endereço, "o boné da esquerda brasileira".

Além do boné vermelho que originou a briga, a loja virtual traz ainda modelos nas cores preta e com aba listrada nas cores do arco-íris, com preços que vão dos R$ 25 aos R$ 59,98. Chapéus nas cores vermelho e cáqui também estão disponíveis.

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