Jão no Lollapalooza canta Cazuza e prova que brasileiro também gosta de sofrer

Artista fez multidão entoar a plenos pulmões, sem medo de parecer brega, que vai morrer sozinha

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São Paulo

O show de Jão neste sábado de Lollapalooza, tradicionalmente o dia mais pop do festival, comprovou que o brasileiro que rebola sem parar ao som de "Envolver" de Anitta também gosta —e muito— de sofrer.

O cantor, descoberto a partir de covers virais de nomes como Adele e Marília Mendonça, se apresentou no palco Onix depois de Clarice Falcão e reuniu o maior público da tarde do festival. Fez uma multidão cantar a plenos pulmões, sem medo de parecer brega, que vai morrer sozinha e que é fraca, frágil e estúpida.

Jão se apresentou no palco Onix do Lollapalooza
Jão se apresentou no palco Onix do Lollapalooza - Rubens Cavallari/Folhapress

Ainda que não seja a intenção, seu show soa como uma resposta aos executivos de gravadoras que pediam, conforme ele relembrou à reportagem, que suas composições melancólicas fossem mais solares. Assim, poderia se juntar a Melim, Tiago Iorc e ao restante da turma que canta o pop "good vibes". Do contrário, as rádios e o público não o aceitariam.

Com um polvo cheio de tentáculos tomando o palco, uma cenografia inspirada em sua turnê em curso, o cantor misturou hits de seu primeiro disco, "Lobos", com os do terceiro e último, "Pirata", lançado no fim do ano passado.

Cantou ainda "O Tempo Não Para", de Cazuza, de quem ele busca inspirações para decidir desde como segurar o microfone até de que maneira se posicionar politicamente, o que hoje se viu refletido num coro de "fora Bolsonaro" que a plateia puxou e que ele arrematou com um "vai tirar o título de eleitor e votar".

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