Anitta e Miley Cyrus cantam e batem bumbum no melhor show do Lollapalooza, em SP

Pedido de casamento, lágrimas, rock e até revival de 'Hannah Montana' marcaram apresentação que fechou o sábado

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São Paulo

Um pedido de casamento, muitas lágrimas, Anitta no palco, revival rock de "Hannah Montana" e a despedida a Taylor Hawkins marcaram o show de Miley Cyrus no Lollapalooza Brasil. A cantora americana fechou o sábado (26) no palco Budweiser com o show mais emocionante do festival até agora.

Ironicamente, a apresentação, que começou às 21h45, quase não aconteceu. Antes do show, Miley postou nas redes sociais que cogitou desistir da noite —história que também foi contada no palco sob lágrimas— mas prometeu que se esforçaria para realizá-la. A promessa foi cumprida e superada.

Anitta e Miley Cyrus no palco Bud, o principal do Lollapalooza, no segundo dia do festival, em imagem postada pelo Multishow nas redes sociais
Anitta e Miley Cyrus no palco Bud, o principal do Lollapalooza, no segundo dia do festival, em imagem postada pelo Multishow nas redes sociais - Multishow/Twitter/Reprodução

Miley já deu largada unindo seu hit pop "We Can’t Stop", de 2013, com o som de "Where Is My Mind?", do Pixies. Reflexo dos ares roqueiros trazidos pela fase "Plastic Hearts", disco lançado em 2020, a mescla é parte da onda na qual ela vem surfando nos últimos tempos.

Agora, depois de passar por fases de pop teen e farofa, country, menina rebelde e um momento bicho-grilo— que veio com o lançamento de "Younger Now", de 2017— sintetizadores, guitarras e batidas do rock dos anos 1980 e do new wave tomam lugar em suas músicas e no seu visual, como bem indica seu mullet loiro e o macacão preto e justo da Gucci que ela usou na apresentação.

No início do show, quando terminava de cantar "Mother's Daughter" —faixa que só entrou no setlist após pedidos dos fãs brasileiros, que colocaram a música no primeiro lugar do iTunes Brasil—, Miley convidou Anitta para o palco e o público foi à loucura.

"A artista número um do mundo inteiro", disse a americana ao apresentar a brasileira, que nesta semana alcançou o primeiro lugar no Top 50 do Spotify Global, com "Envolver. "Eu vou começar a vir para o Brasil mais vezes só para poder encontrar a Anitta."

"Obrigada Anitta, eu amo essa sua nova música", disse a americana. "Anitta é uma dessas pessoas com quem você fica conversando no quarto, falando sobre garotos, e ela está lá. Se eu ligo para Anitta dizendo que quero sair, que quero ir na maior festa do mundo, ela vai fazer de tudo para que eu tenha a festa mais louca. E se eu ligo para ela dizendo que preciso de alguém para cantar uma música no Lollapalooza comigo, ela também está lá."

E continuou: "Ela tem o maior hit do mundo no momento, e acho que é a primeira artista brasileira a fazer isso. Já não era sem tempo, mas eu sabia que ela seria aqui. Essa é a minha amiga Anitta".

Às lágrimas, Miley ainda agradeceu ao público e lamentou a perda de seu amigo, baterista do Foo Fighters que morreu na noite anterior ao show. "Taylor vai entender [o show, que foi mantido]. Ele era um rockstar mas também era um showman".

"Perdemos uma lenda da música ontem e quero desejar o melhor para a família Foo Fighters e a família de Hawkins", disse Miley, comentando ainda que ligou para o baterista recentemente. A cantora mudou o setlist dos últimos shows para cantar "Angels Like You" em homenagem ao músico.

Uma das bandas mais aguardadas desta edição, Foo Fighters fecharia o Lolla no domingo (27), mas a apresentação foi cancelada após a notícia da morte.

Ainda com lágrimas sobre o rosto, a americana retirou de uma bolsinha um lenço para enxugá-las e checou sua maquiagem. "As pessoas acham que eu sou feita de pele e osso como qualquer pessoa, mas como qualquer drag queen eu sou feita de cola, fita adesiva e batom, e tudo vai dar certo", disse, e emendou "7 Things", do disco "Breakout", de 2008, um dos maiores hits de sua carreira.

Na mesma onda nostálgica, Miley emendou, caprichando na roupagem roqueira, "See You Again" e "The Climb", da sua era "Hannah Montana" –série infantil da Disney que fez sucesso entre os anos 2006 e 2011 e foi protagonizada pela artista.

Em sua faceta casamenteira, a cantora ainda chamou um casal de homens para o palco. "Há sete anos, a Miley veio e eu te conheci uma semana depois", disse um dos jovens, ajoelhado em frente ao outro e o pedindo em casamento. "Hoje ficamos aqui na grade, o dia inteiro, e eu quero saber se você quer casar comigo."

Os fãs da cantora, que carregavam uma bandeira LGBTQIA+, foram ovacionados pelo público quando rolou o beijo do sim. "Eu espero que o casamento de vocês seja melhor que o meu", disse Miley. O meu foi uma desgraça", disse, se referindo ao ex-marido, o ator Liam Hemsworth.

Soltando um hit atrás do outro, como "Nothing Breaks Like a Heart" e um cover de "Bang Bang (My Baby Shot me Down" na versão de Cher, Miley encerrou o show com "Wrecking Ball" –canção que representa o seu apogeu, em 2013, quando pôs fim à imagem de garota ingênua construída pela personagem de "Hannah Montana" e rebolou para Robin Thicke, no VMA– e "Party in the USA", pop icônico do EP "The Time Of Our Lives", de 2009, fazendo o maior do público desta edição do Lollapalooza até agora pular, chorar e cantar em coro.

Sete anos e meio após se apresentar pela última vez no Brasil, a cantora retornou ao país não só com um novo repertório e e a pinta de roqueira –que dominou o álbum "Plastic Hearts", de 2020–, como também consagrada como uma das melhores apresentações da história do Lollapalooza Brasil, mesmo em uma semana daquelas.

Miley Cyrus realizou na semana passada outros dois shows do mesmo festival, um na Argentina, e outro no Chile. A cantora teria feito ainda uma apresentação no evento Assuncionico, no Paraguai, mas teve o show cancelado após um raio atingir o avião em que viajava.

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