Reveja a era Mario Frias por meio de suas frases mais polêmicas

Secretário da Cultura xingou muito no Twitter e cometeu diversos erros de português

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São Paulo

Mario Frias deixou o cargo de secretário da Cultura do governo Bolsonaro, após quase dois anos no posto, para se lançar a deputado federal pelo PL de São Paulo.

Mais longevo ocupante da pasta da atual administração, ele teve uma gestão marcada por uma série de polêmicas, eternizadas em frases que resumem o modo de pensar do agora ex-secretário. Relembre as principais.

O ex-secretário especial de Cultura Mario Frias durante evento de comemoração do Dia Nacional do Forró e Aniversário de Luiz Gonzaga, no Palácio do Planalto
O ex-secretário especial da Cultura Mario Frias durante evento de comemoração do Dia Nacional do Forró e aniversário de Luiz Gonzaga, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira/Folhapress

"Eu não conheço nada, desculpa! Me ajude."

Foi assim que o secretário demonstrou desconhecer totalmente a obra da arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, a estrela principal da Mostra Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza, no ano passado. Ela foi autora de projetos que entraram para a história do Brasil por sua importância, como o do Masp, o Museu de Arte de São Paulo, e o Sesc Pompeia, também na capital paulista.​

"Diria que ele precisa de um bom banho."

O comentário racista foi dirigido ao ativista negro Jones Manoel, um historiador pernambucano, estudioso da obra do intelectual italiano Domenico Losurdo, que impressionou Caetano Veloso pela sua crítica ao liberalismo. Frias respondeu ao tuíte de uma notícia, na qual Manoel afirmava que já tinha comprado fogos para uma eventual morte de Bolsonaro.

"Devolver o quê, garoto? Eu tô trabalhando. Eu fui numa comitiva oficial. Custos têm que ser cobridos." [sic]

Foi com erro de conjugação verbal —o correto seria "cobertos"— que Frias se defendeu, num programa de rádio, do questionamento de um entrevistador sobre se ele tinha devolvido aos cofres públicos o dinheiro usado para uma viagem sua a Nova York para encontrar o lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie. A viagem, numa agenda esvaziada, custou R$ 39 mil e foi um dos principais escândalos de seu mandato.

"O sujeito é uma farsa patética. Não vou discutir com alguém que mente patologicamente."

Assim Frias respondeu um post do governador de São Paulo, João Doria, sobre a reabertura do Museu do Ipiranga, prevista para setembro deste ano. Na ocasião, o secretário também ameaçou o governador com punições caso ele reinaugurasse o museu sem sua "permissão".

"Vamos trabalhar incansavelmente para que todos os brasileiros tenham assesso a Cultura." [sic]

O destaque aqui é o erro de português, já que o correto é "acesso". O comentário de Frias foi em resposta a um post de Eduardo Bolsonaro sobre a Lei Rouanet.

"O governo federal não tem obrigação de bancar marmanjo."

Numa live sobre arte cristã na qual discutia como a Lei Rouanet pode financiar eventos religiosos, Frias sustentou, em tom irritado, que o mercado de arte deveria ser autônomo, sem depender do governo. Em seus 30 anos, a Rouanet, o principal mecanismo público de financiamento das artes, liberou cerca de R$ 23 bilhões para o setor.

"Não sinto nada além de desprezo por esse sujeito patético que bate palma pra bandido!"

Assim Frias respondeu por Twitter a críticas de Wagner Moura, diretor do filme "Marighella". Moura havia dito que não comentaria uma frase do então presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, com ataques ao filme. "Eu não tenho nenhum respeito por nenhuma declaração que venha de qualquer pessoa que faça parte desse governo, nem desse cara nem daquele outro cara da Secretaria da Cultura."

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