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Filmes

Comparada a Marilyn, Gina Lollobrigida foi a mais bela do mundo

Apesar de Sophia Loren e Lucia Bosè terem mais prestígio entre cinéfilos, musa italiana se destacou em filmes no mundo todo

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A morte de Gina Lollobrigida, aos 95 anos, em Roma, ocorreu após um período de hospitalização decorrente de uma queda sofrida em sua casa, conforme o jornal Corriere de la Sera. Talvez os fãs de cinema pouco se lembrem de suas atuações, mas muito poucos deixarão de notar a beleza dessa sex symbol dos anos 1950 —e, em parte, 1960.

Ela começou a ser notada em 1947, quando Gina candidatou-se a Miss Itália. Ficou atrás de Lucia Bosè e Gianna Maria Canale. As três se tornaram estrelas do cinema europeu, mas seus destinos foram bem diferentes.

Em maio de 1970, a atriz italiana Gina Lollobrigida esteve de passagem no Rio Janeiro, a caminho de Buenos Aires, onde faria um show para a TV argentina. A estrela recebeu a imprensa brasileira no Hotel Regente, em Copacabana - Acervo - 25.mai.1970/Folhapress

Bosè teve mais prestígio. Foi descoberta por Visconti, foi atriz principal de Antonioni, filmou com Fellini, Buñuel, Bardem, entre outros. Canale tornou-se estrela do cinema popular italiano e filmou sobretudo com seu marido, Riccardo Freda.

E Gina? Embora tenha ficado apenas em terceiro lugar, foi a que teve carreira internacional mais notável, com vários papéis de sucesso em Cinecittà e Hollywood, e o epíteto de "mulher mais linda do mundo". Pode ser um exagero publicitário, mas não será por acaso que consta de sua mitologia um diálogo em que teria dito a Marilyn Monroe: "Eu sou a Marilyn italiana". "Não, eu é que sou a Lollobrigida americana", teria respondido Marilyn.

Sim, a beleza foi o principal motivo do sucesso de Lollo, como se tornou conhecida e disputou com Silvana Mangano o lugar de musa número um dos fãs italianos. Ela começou a ser notada ao participar de uma fotonovela com o pseudônimio de Diana Loris.

Subiu aos poucos, desde 1947, começando por pequenos papéis. Dois anos depois já era cabeça de elenco, ainda que em filmes secundários, como "Miss Itália", de Duilio Coletti, ou "Alina, a Transviada", de Giorgio Pastina. Em 1951 já filmava com diretores de primeira linha, como Carlo Lizzani e Pietro Germi.

No ano seguinte, já se torna uma atriz de expressão europeia ao filmar na França "Fafan la Tulipe", de Christian-Jaque, ao lado de Gérard Philippe, na época um dos mais populares atores do mundo. O ano seguinte já a vê em seu mais famoso papel italiano, como a protagonista de "Pão, Amor e Fantasia", de Luigi Comencini.

Daí para Hollywood foi um pulo, que a levou a rodar com Robert Z. Leonard "A Mulher Mais Linda do Mundo", em 1955, no ano seguinte, "Trapézio", de Carol Reed, com Burt Lancaster e Tony Curtis, e em 1959 "Salomão e Rainha do Sabá", de King Vidor, ao lado de Yul Brynner.

Pode-se dizer que esse foi o auge do sucesso de Lollo. A garota nascida em 1927, em Subiaco, pequena cidade na região do Lácio, podia ter uma beleza exuberante, mas não, por exemplo, a vitalidade da napolitana Sophia Loren, mais apta a representar os anos 1960 e 1970.

Lollobrigida nunca atingiria o nível de prestígio de Sophia, o que não a impediu de continuar trabalhando, entre Europa e Estados Unidos, em inúmeros filmes até 1972, quando faz o papel da fada madrinha na notável minissérie "Pinóquio e Suas Aventuras", feita por Luigi Comencini para a RAI, a TV estatal italiana.

Desde então, sua carreira deixa de ser o principal foco de suas atividades. Desenvolve-se como fotógrafa, sobretudo, e chega mesmo a entrevistar Fidel Castro. Mais tarde, tentaria uma carreira política, candidatando-se a deputada do Parlamento Europeu, sem êxito.

Reivindicaria, no ano passado, um lugar no senado italiano, pela lista Itália Soberana e Popular, defendendo a saída de seu país da União Europeia e o fim da vacinação obrigatória, entre outras.

De Gina Lollobrigida ficará o enorme pendor para filmes muito populares, sobretudo nos anos 1950, e uma beleza que, afinal, fazia justiça o epiteto dos anos 1950 —foi "a mulher mais linda do mundo". Ou uma das mais, em todo caso, e certamente uma musa do cinema.

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