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'The Idol', com The Weeknd, escandaliza Cannes com nudez, sêmen e masturbação

Nova série da HBO, criada por Sam Levinson, de 'Euphoria', segue uma estrela do pop vivida por Lily-Rose Depp

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Cannes (França)

Não foi preciso muito tempo para "The Idol" tomar para si o título de produção mais escandalosa exibida neste Festival de Cannes, que vez ou outra abre sua programação para as séries. Nos primeiros 15 minutos da sessão de gala desta segunda-feira (22), a trama da HBO mostrou os seios de Lily-Rose Depp e seu rosto coberto por sêmen. E isso foi só o começo.

Cena da série "The Idol", da HBO Max, exibida no Festival de Cannes de 2023
Cena da série "The Idol", da HBO Max, exibida no Festival de Cannes de 2023 - Divulgação

Nudez e sexo não são escassos nos dois primeiros episódios exibidos em caráter especial, antecipando a estreia mundial em 4 de junho. Eles impregnam "The Idol" no visual e também no roteiro, com uma discussão sobre o que define um bukkake e uma canção em que versos sobre ser uma prostituta se alternam com gemidos fogosos no capítulo seminal.

Cria de Sam Levinson, nome por trás da também pornográfica "Euphoria", a série tem ainda a assinatura de Reza Fahim e do cantor The Weeknd, que protagoniza a história sob o nome real, Abel Tesfaye, ao lado de Lily-Rose Depp.

Filha de Johnny Depp, que passou pela Croisette na semana passada como igualmente controverso "Jeanne du Barry", ela vive uma estrela da música pop que pula de uma crise para outra, numa indústria faminta por fofocas e cheia de excessos.

Enquanto prepara seu grande retorno após a morte prematura da mãe e de um colapso que a obrigou a cancelar os shows da última turnê, ela conhece o dono de uma boate e entra em seu jogo perigoso de sedução –movido a sexo e por suas ambições quanto à fama.

Depois do primeiro encontro, num transe movido a libido, a câmera repousa entre as suas pernas, e ela, só de calcinha, se masturba por um longo período. Não demora muito para ela se recuperar e, agora ao lado do interesse amoroso, ter um orgasmo com a cabeça coberta por uma lingerie vermelha, que a asfixia e aumenta seu desejo.

Pela voltagem alta e explicitamente sexual, que abandona sutilezas e põe o drama em segundo plano, é difícil pensar que "The Idol" levaria alguém às lágrimas. Mas Levinson não conseguiu escondê-las após a exibição desta segunda, enquanto fazia seu discurso em meio a uma salva de palmas educada, não exatamente efusiva.

Na ocasião, aproveitou para dizer que estava orgulhoso da série e da maneira como foi feita, em alusão aos rumores de um set de filmagem desconfortável e com discussões acaloradas. Parte do elenco o acompanhava, bem como Casey Bloys e David Zaslav, chefões da HBO e da Warner Bros. Discovery, num festival em que executivos raramente chamam a atenção para si.

Ao satirizar Hollywood e a indústria fonográfica, "The Idol" escalou ainda uma trupe diversa de celebridades. O ícone queer Troye Sivan e a integrante do Blackpink Jennie Kim trocam de lugar e vão para a equipe que assessora a artista à la Britney vivida por Depp. Jane Adams, Dan Levy, Eli Roth, Hank Azaria e Anne Heche, morta em agosto, completam o elenco.

Mas a trama gira mesmo em torno do relacionamento tóxico da protagonista Jocelyn com o misterioso Tedros e, mais importante, com a fama. Assim, não são raros os flashes de seios e nádegas da atriz, numa série que quer satirizar a indústria, embora alimente o que vê de errado nela.

"The Idol" caminha a todo tempo nessa linha que separa o choque pelo choque, com suas cenas gráficas de sexo e abuso, e o comentário afiado sobre uma indústria cheia de problemas e que idolatra, mas não necessariamente respeita. Faz jus ao trailer que dizia que este era o fruto de mentes doentias e deturpadas.

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