Em meio à onda de devoluções de artefatos históricos a seus países de origem por museus e instituições da Europa e dos Estados Unidos, a Dinamarca anunciou que vai entregar ao Brasil um manto tupinambá do século 17, que está em Copenhagen desde 1689.
Parte da exibição etnográfica do Museu Nacional da Dinamarca, o manto é uma das apenas 11 peças semelhantes remanescentes. Todas as outras estão em instituições na Europa —cinco sob a guarda da associação nacional de museus dinamarquesa.
Descrito como uma doação pela associação, o envio da peça ao Brasil será realizado ainda este ano, após negociações entre o Museu Nacional da Dinamarca e o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na capital fluminense. A expectativa é que o manto integre o novo acervo da instituição, destruída por um incêndio há cinco anos.
Um dos primeiros povos indígenas que tiveram contato com os europeus quando estes chegaram à América do Sul, os tupinambás viam o manto como objeto sagrado. Vermelha, a peça é feita de penas de íbis.
Além da devolução, fez parte das negociações entre os dois museus um acordo de cooperação com ênfase em pesquisas conjuntas e projetos voltados ao público, incluindo a digitalização da coleção brasileira atualmente exibida no Museu Nacional da Dinamarca.
A instituição não sabe explicar como o manto foi parar no país. De acordo com a revista Piauí, que conversou com Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, a expectativa é que o público brasileiro possa ver a peça a partir de junho do ano que vem, antes mesmo da reabertura da sede da instituição, que atualmente está sendo reconstruída.
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