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'Terra e Paixão' desnuda Cauã Reymond e deixa trama sexy por audiência

Novela de Walcyr Carrasco começou abaixo das expectativas de público, mas apimenta episódios para copiar 'Pantanal'

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Rio de Janeiro

Não foi exatamente com segundas intenções que se cunhou a expressão "o agro é tech, o agro é pop, o agro é tudo". Mas, no final de julho, a audiência da novela das nove, "Terra e Paixão", certamente gozou, sem trocadilho, de certa ironia com a afirmação ao ver Cauã Raymond de torso nu, calça jeans justa, agarrando a fivela do cinto como se fosse uma corda. E então se atirar no riacho junto da mocinha Aline, papel de Barbara Reis, após muita luta para conquistá-la.

Cauã Reymond tira a roupa em cena de amor com personagem de Barbara Reis em "Terra e Paixão"
Cauã Reymond tira a roupa em cena de amor com personagem de Barbara Reis em "Terra e Paixão" - Reprodução

Mas não para aí. O casal teve ainda, no início de agosto, uma sequência num paiol. Estamos, afinal, no Mato Grosso do Sul. Num universo meio rural, meio urbano, marcado pelo "r" retroflexo. E não no decadente mundo da moda paulistana, cenário de "Verdades Secretas", o folhetim erótico de Walcyr Carrasco que teve duas temporadas, a última exibida no ano passado no Globoplay.

E já que estamos falando de "Verdades Secretas", Caio, o personagem de Reymond, teve seu banheiro invadido por Graça, personagem de Agatha Moreira, a Giovanna da novela anterior de Walcyr. Apesar do susto inicial, ele não dispensou sua presença. E foi com ela para debaixo do chuveiro. A audiência não reclamou. Ao contrário.

As sequências foram exibidas num curto espaço de tempo, entre julho e agosto. "Terra e Paixão" entrou no ar em maio, substituindo "Travessia", novela de Gloria Perez que, contrariando as expectativas, fracassou na audiência. A Globo esperava que o combo Walcyr Carrasco e trama rural –depois do remake de "Pantanal"– seria garantia de sucesso. Mas não foi o que aconteceu.

A novela estreou no dia de jogo do Corinthians e marcou apenas 22 pontos. E teve dificuldades para levantar a audiência, apesar da trama melodramática. A emissora fez uma campanha de relançamento do folhetim, com comerciais de até 90 segundos. Eventos como a morte de Daniel, papel de Johnny Massaro, foram adiantados. Com isso, Irene, vivida por Gloria Pires, mãe do rapaz, ganhou em vilania.

Faltava, no entanto, um ingrediente para repetir o sucesso de "Pantanal". A trama de Benedito Ruy Barbosa contava com uma boa história, personagens humanos, elementos míticos que traziam uma comunicação universal.

Mas fato é que a galeria de cowboys da novela –do Alcides de Juliano Cazarré ao Diabo de olhos azuis de Gabriel Sater– foi um elemento importante para seu sucesso, pela tensão erótica que geravam não apenas na Maria Bruaca de Isabel Teixeira. Assim como os banhos de rio entre os casais, como entre a Juma Marruá de Alanis Guillen e o Jove de Jesuíta Barbosa.

O mesmo acontece agora em "Terra e Paixão". Não apenas com Caio, personagem de Cauã, mas também com a dupla Kelvin, personagem de Diego Martins, o gay efeminado, e Ramiro, vivido por Amaury Lorenzo, o "bofão" alto e forte, toda ela centrada em muita tensão sexual, que também fala muito ao imaginário e ao inconsciente coletivo. Neste caso, de parte do público gay.

A audiência tem respondido bem. A novela tem média geral de 25,3 pontos desde a estreia, segundo o Kantar/Ibope. O primeiro recorde foi precisamente na primeira cena de sexo de Caio, no episódio do enterro de Cândida, vivida por Susana Vieira.

Naquele dia, 6 de junho, a novela deu 26,3 pontos. Já a sequência no paiol, no último dia 8, em dia de Copa Sul-Americana, marcou 28 pontos. Mesma audiência dada na cena do riacho, que foi ao ar numa sexta-feira, 28 de julho.

Sucesso de público, nem tanto de crítica, fato é que não há crise de audiência que Walcyr Carrasco não resolva. Nem que para isso precise, apenas, tirar a camisa de seu galã e atirá-lo ao riacho com a mocinha. Não foi, afinal, atirando-os na lama do chiqueiro que ele fez sucesso em suas novelas rurais das seis?

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