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Desafiador, 'Lies of P' resgata experiência de primeiro 'Dark Souls'

Jogo da sul-coreana Neowiz põe jogador em mundo distópico e inspirado no conto de fadas clássico 'Pinóquio'

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Lies of P

  • Quando Já Disponível
  • Onde PS5, PS4, PC, Xbox Series, Xbox One
  • Preço R$299,90 na PlayStation Store; R$249,90 no Steam; incluso no Xbox Game Pass
  • Classificação 14 anos
  • Produção Coreia do Sul, 2023
  • Desenvolvedora Neowiz

Há mais de dez anos, o estúdio japonês From Software, sob a liderança do desenvolvedor Hidetaka Miyazaki, lançou o RPG de fantasia medieval "Dark Souls", revolucionando a indústria de videogames para sempre e batizando um novo subgênero —o soulslike, ou "à moda de Dark Souls".

Frases usadas para descrever esses jogos costumam incluir as palavras "difícil", "impiedoso", e, às vezes, "injusto". "Lies of P", o novo RPG do estúdio sul-coreano Neowiz, realmente é difícil, e provavelmente vai se frustrar com ele quem não gosta de games que exigem muita tentativa e erro —uma preferência pessoal válida, e quem diz que não é fala bobagem.

Mas o que tornou o primeiro "Dark Souls" tão genial não era apenas a sua dificuldade, que sempre foi justa e premiou a insistência de jogadores: era também seu level design inspirado, sua variedade de chefões, inimigos, áreas e estratégias de jogo, e sua aura de mistério.

Imagem retirada do videogame Lies of P mostra Pinóquio investindo contra um monstro
Em "Lies of P", o jogador assume o papel do personagem Pinóquio em um RPG fortemente inspirado em jogos como "Dark Souls" e "Bloodborne" - Divulgação/Neowiz

Em tudo isso "Lies of P" se assemelha a essa experiência original, e certamente vai gostar de "Lies of P" quem já passeou por Lordran, o país fictício onde se passa "Dark Souls", ou quem adorou "Elden Ring" e gostaria de mergulhar mais no mundo do soulslike.

O game é um RPG de ação em terceira pessoa que coloca o jogador na pele de Pinóquio, o personagem criado pelo escritor italiano Carlo Collodi. Ao contrário da história infantil, esse Pinóquio não é o único boneco que ganhou vida: ele mora em uma cidade chamada Krat, uma mistura de Paris com Londres, na qual todo o trabalho manual é feito por robôs criados para servir os humanos.

Quando o jogo começa, esses robôs já se rebelaram e mataram seus antigos mestres, mas Pinóquio não foi afetado, e sai em busca de seu criador, Gepeto. No controle do personagem, o jogador descobre que Pinóquio tem outra diferença dos demais robôs: é capaz de mentir, e o jogo insinua desde o princípio que não contar a verdade pode trazer seus benefícios, mas tem consequências.

A história segue padrões previsíveis com personagens pouco memoráveis, mas ainda assim é interessante e um bom veículo para conduzir o jogo, que é bastante linear —outra característica em comum com o primeiro "Dark Souls". As várias fases são bem pensadas, muito diferentes entre si e mantêm o jogador engajado e interessado, se perguntando qual desafio pode vir em seguida.

O melhor da experiência, sem dúvida, é o combate, que não tira tanta inspiração de "Dark Souls" quanto de dois outros jogos da From Software: "Bloodborne", no qual o sistema de esquiva funciona de maneira muito mais precisa e calculada, e "Sekiro: Shadows Die Twice", que coloca toda a ênfase em aparar ataques no momento certo.

O combate de "Lies of P" é uma mistura dessas duas opções de design, possibilitando ao jogador optar por uma estratégia mais cautelosa, se desviando e atacando quando pode, ou por uma abordagem mais direta e arriscada, baseada em bloquear e contra-atacar.

Embora a variedade de armas não seja tão grande quanto em outros jogos, existe um sistema que permite alterar os movimentos de cada uma que também é interessante —mas confesso que não usei muito, preferindo ficar com o florete, que é uma das três armas iniciais e que pode ser aprimorado.

As características de RPG do jogo não são muito desenvolvidas, mas existem: ao subir de nível, é preciso escolher entre uma série de atributos que melhoram o personagem, sendo que três deles afetam o dano.

A minha escolha foi apostar em armas leves e rápidas, e o jogo brilhou em especial quando enfrentei um determinado chefe no meio do jogo que, diferente dos robôs imensos que tinha enfrentado até ali, era um ser humano sem nenhuma habilidade especial a não ser a velocidade e a força. Nessa luta, como em algumas outras, "Lies of P" transporta o jogador para um verdadeiro duelo de livro de capa e espada —e a adrenalina de superar um verdadeiro desafio é a mesma dos melhores jogos da From Software.

Com uma duração de cerca de 30 a 40 horas, "Lies of P" é uma ótima diversão para quem quer se aprofundar mais em jogos soulslike ou para quem não aguenta mais esperar pela muito aguardada expansão de "Elden Ring".

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