Swedish House Mafia agita Allianz esvaziado após Halsey e Machine Gun Kelly

Grupo é atração da GP Week no Allianz Parque, que recebe, neste domingo, Thundercat e o rapper Kendrick Lamar

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São Paulo

Pouco depois das 17h, quando Machine Gun Kelly subiu ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, a plateia não era grande para vê-lo. Ele é uma das atrações do festival GP Week, que acontece neste fim de semana.

O cantor americano vestiu um macacão rosa no estilo Fórmula 1, enquanto sua banda usou modelos parecidos na cor preta. É uma referência à corrida da modalidade, que também acontece em São Paulo no fim de semana e motiva a existência do festival.

Machine Gun Kelly se apresenta no Allianz Parque, em São Paulo - Adriano Vizoni/Folhapress

Os espaços no estádio do Palmeiras passaram longe de estarem lotados no show de MGK, como ele é chamado. Nenhum setor estava cheio na tarde deste sábado (4), dos mais caros aos mais baratos, incluindo dezenas de milhares de cadeiras vazias –o andar superior não tinha uma pessoa sequer.

A baixa lotação não significa que o público era pequeno, afinal o Allianz comporta quase 50 mil pessoas em dias de show. Mas a ocupação foi muito aquém do espaço disponível.

Rapper que depois fez sucesso cantando pop punk, MGK mostrou essas duas facetas logo de cara. Emendou "Papercuts", um rock, em "Pressure", um trap, em movimento que se repetiu ao longo do show.

Mas apesar do passado no rap, o cantor hoje pende mais ao pop punk, numa espécie de releitura da sonoridade roqueira que marcou os anos 2000. Também na parte visual, ele emula essa era, num tributo à estética emo.

Ele seguiu nessa pegada com "God Save Me", em que narra a trajetória de um adolescente deprimido e desajustado com pensamentos suicidas e problemas com drogas. Depois, brincou que alienígenas desceriam no Allianz Parque e cantou "Concert for Aliens".

Apesar de MGK sempre se comunicar com o público, a plateia estava um tanto morna, com exceção de alguns fãs mais emocionados. Ele quis tanto agradar que cantou em português o sucesso "Danza Kuduro", de Don Omar.

Nessa música, perguntou se estava mesmo no Brasil ou nos Estados Unidos. Foi uma provocação para o público fazer mais barulho e participar mais da apresentação.

MGK ainda vestiu uma camiseta da seleção brasileira de futebol e lembrou do show que fez no festival Lollapalooza, no ano passado. Esta é a segunda passagem dele pelo Brasil.

Em "Drunk Face", um de seus maiores sucessos, o artista esqueceu a letra da música e recomeçou a performance até acertar. Ele depois cantou a faixa no meio da plateia.

"Sei que vocês vieram aqui para ver o Swedish House Mafia", ele disse, citando a última atração do dia, que toca depois da cantora pop Halsey. "Vou fingir que vocês vieram por causa de mim. Mas se não cantarem essa próxima vou chorar."

Ainda houve tempo para "Forget me Too", a que mais causou comoção na plateia. Apesar de a música ter sido gravada com participação de Halsey, atração do dia no mesmo festival, ela não deu as caras na performance em São Paulo.

O show acabou com pouco mais de uma hora de duração, sem pedido de bis e sem nunca empolgar o público de verdade. Não foi por falta de empenho do cantor, que ainda trocou de roupa algumas vezes e nunca deixou de pedir a participação da plateia.

A noite havia acabado de cair em São Paulo quando Halsey subiu ao palco do GP Week. A cantora se apresentou pouco depois das 19h, uma hora depois de Machine Gun Kelly encerrar seu show.

Ela encontrou um Allianz Parque um pouco mais cheio que a atração anterior, especialmente na pista. As cadeiras, contudo, continuaram com muitos espaços vazios.

Halsey começou cantando em meio a labaredas de fogo. Apresentou seu repertório pop, iniciando com "Nightmare", acompanhada por uma banda de bateria e guitarra de pegada roqueira.

Em "Castles", música de pegada épica tocada em um palco com luzes piscando freneticamente, pediu que a plateia pulasse o quanto conseguisse. Depois de começar, parou e começou a falar com os brasileiros.

Assim como Machine Gun Kelly havia feito horas antes, ela lembrou de quando cantou na edição paulistana do Lollapalooza de 2016. Disse que foi uma das melhores noites de sua vida.

Halsey levou ao GP Week mais fãs que MGK, mas não encontrou um público tão animado quanto da última vez que veio ao Brasil. Tirando algumas pessoas mais próximas ao palco e nas cadeiras, a maioria da plateia ficou parada quando ela evocou os pulos.

A cantora seguiu com a balada "You Should De Sad", antes de voltar a conversar com os fãs. Pediu desculpas por demorar a voltar ao país, mas disse que engravidou e teve de enfrentar a pandemia nesse meio tempo.

Depois do Lollapalooza, há sete anos, ela voltou ao Brasil outras duas vezes. A última delas foi em 2019.

No palco, Halsey faz um pop que pode ser dançante em alguns momentos, mas não transformou o Allianz Parque numa pista de dança. Seu repertório traz canções reflexivas e de caráter emotivo, caso de "The Lighthouse".

A essa altura, mais ou menos no meio do show, era possível ouvir muita gente comversando nos espaços mais distantes da pista. Os fãs da cantora estavam mais concentrados nas proximidades do palco.

Halsey notou essa distribuição geográfica depois de cantar "Honey". Disse que foi difícil fazer o setlist porque sabia que muita gente foi ao festival só para beber cerveja e dançar, enquanto seus fãs estavam mais perto de onde ela cantava.

Para esse primeiro grupo, ela afirmou, colocou alguns hits no setlist. Já para os fãs, teve que cantar a fatia mais "estranha" de seu cancioneiro.

Foi uma performance que casou melhor com o atual momento da carreira de Halsey. Depois de deixar de ser uma cantora de indie pop para fazer sucesso mundial com a dançante "Closer", ela se dedicou a um repertório mais roqueiro.

O show atual reflete esse sentimento. "Gasoline", faixa de 2015, ficou mais violenta e gritada no GP Week. "Experiment on Me", de 2020, e tocada em seguida, poderia ser uma música da banda Runaways.

Mas o melhor ficou para o final. Depois de voltar a dizer que os brasileiros eram o melhor público do mundo e ter seu nome gritado, ela puxou uma sequência com "Without Me" e "I Am Not a Woman, I’m a God"

Foram as músicas que mais causaram comoção, e a plateia de fato justificou a expectativa da americana, acendendo as luzes dos celulares e cantando alto. Encerrou a apresentação de quase 1h30 de duração.

O grupo sueco Swedish House Mafia se apresenta durante show no festival GPWeek, realizado no Allianz Parque - Adriano Vizoni/Folhapress

Se Machine Gun Kelly, originalmente um rapper, e Halsey, originalmente uma cantora pop, fizeram shows roqueiros e com banda, a atração principal do GP Week segurou o público só com picapes. O Swedish House Mafia fechou o primeiro dia do festival em São Paulo.

Pouco depois de 21h30, o trio de música eletrônica surgiu no palco do Allianz Parque sob as luzes totalmente apagadas. Foi uma entrada em cena impactante para uma plateia que não aumentou de tamanho desde o show anterior, de Halsey.

Mesmo no show principal da noite, grande parte das cadeiras do estádio ficou vazia. As pistas estavam preenchidas, mas havia espaço em todas as áreas do evento.

Quando o Swedish House Mafia subiu ao palco, um batalhão de celulares foram apontados para o palco. O público ficou filmando durante grande parte do set de música eletrônica.

Como o nome anuncia, o grupo é sueco e tem foco no house, estilo de música eletrônica dançante que despontou para o mundo nos anos 1990, e suas derivações. Ele é formado por Axwell, Steve Angello, e Sebastian Ingrosso, DJs com carreira de sucesso individualmente.

O set foi fluido, emendado remixes e batidas dançantes, enfim tornando o estádio numa pista de dança. Logo de cara, o trio soltou um trecho do funk "Naquele Pique", do MC Th.

Os três DJs se revezaram no microfone, chamando o público para interagir com as músicas. Também animaram a plateia com as mãos para cima, e subindo na mesa em que estavam seus equipamentos.

Quando eles tocaram "Leave the World Behind" e "More Than You Know", o público já estava na mão. O que faltou de energia e participação da plateia nos shows anteriores, sobrou na atração principal.

O público cantou junto com as melodias e com as músicas que tinham letra. Também pulou e dançou como ainda não havia feito neste sábado, quase sempre com os celulares levantados e apontados para o palco.

O show do Swedish House Mafia foi dinâmico e calcado nos drops –um tipo de "deixa", típico da música eletrônica, quando as batidas ficam mais aceleradas. Eles eram precedidos por gritos de "São Paulo" ou "vocês estão prontos?" pelos DJs.

Entre sucessos do grupo, dos DJs individualmente e citações e remixes de músicas alheias, como de The Weeknd e Travis Scott, o set fez do festival uma rave. A escuridão no estádio e as luzes cintilantes deram o clima, e os fogos artifício e pirotecnia completaram a experiência.

"Reload", hit de Sebastian Ingrosso de dez anos atrás, botou o público para cantar, antes de o trio agradecer ao público e elogiar a cidade de São Paulo. Eles disseram que esperam voltar em breve ao Brasil, antes de puxar "Moth to a Flame", hit do grupo em parceria com The Weeknd.

O ápice, como era esperado, veio com "Don't You Worry Child", maior sucesso do Swedish House Mafia e música que botou o nome do trio no mapa da música. Eles se despediram do público paulistano depois das 23h, encerrando o primeiro dia de GP Week.

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